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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

 

No Limiar do Amanhã: um desafio no espaço.

 

Evolução espiritual: este é o nosso destino neste e no outro mundo. A evolução gradual em numerosas etapas para a qual é impossível assinalar um limite. A paixão da vida não é a fraqueza do egoísmo, mas um fator poderoso de energia universal. Devemos manter intacta essa força, jamais cruzar os braços no desânimo e na apatia. Se os gregos consideravam o suicídio como deserção do campo da batalha, quanto mas o devemos considerar diante da nossa visão cósmica da vida.

 

O homem pode sentir-se na sua própria casa dentro do universo infinito. O pavor maior já passou. A verdadeira segurança começa a ser conquistada. O medo maior era o da extinção total, ou o da solidão espiritual gerado pelo negativismo das ciências e das religiões. A verdadeira segurança nos é dada atualmente pela descoberta das leis espirituais e, particularmente, das energias telepáticas que estabelecem a ligação permanente entre os homens e entre estes e os espíritos dos que chamávamos mortos.

 

O amor é uma espécie de exaltação telepática, a expressão mais simples e universal da soberania dos espíritos no cosmos. Esta é a resposta ao medo dos outros tempos. O medo desaparece ao admitirmos que estamos unidos pela alma aos nossos semelhantes, que somos todos membros uns dos outros, como os átomos, como os sóis, como as vias lácteas, nossos espíritos são sistemas de forças que vibram sem cessar, unidos pela atração mútua, ligados pela rede das leis telepáticas e o poder do amor.

 

Todas essas palavras de fé e de esperança com que abrimos o programa de hoje foram escritas em fins do século passado por Frederick Myers escritor, jornalista e psicólogo inglês, autor do livro “A personalidade humana e sua sobrevivência” que representa o primeiro marco da psicologia espírita. São palavras de um homem de ciências que graças à ciência espírita já então se colocava acima dos desesperos e das angústias do mundo.

 

No Limiar do Amanhã: um programa desafio. Produção do grupo espírita Emanuel. Transmissão número 105. Segundo ano. Direção e participação do professor Herculano Pires. Este programa é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, Paraná, 780 KHZ. Todos os domingos esse programa é reprisado pela Rádio Mulher de São Paulo das seis às sete horas da manhã com sugestões especiais para o seu domingo espiritual.

 

*** Como podemos definir a ciência espírita?

 

Pergunta nº 1: Ciência espírita

 

Locutor - O senhor João Gaspar Moreira, do bairro da Lapa, Rua Dom João V escreve-nos o seguinte: fala-se muito neste programa em ciência espírita. Sou cientista, embora modesto, devidamente formado e com especialização universitária. Não aceito a existência da ciência espírita e gostaria que ela fosse definida ao microfone pelo diretor deste programa. O que é isso?

 

J. Herculano Pires - Isso é a complementação da ciência não espírita. Porque, de acordo com o que nós vemos atualmente no próprio desenvolvimento das ciências, elas estão avançando além da matéria. Até o momento em que o espiritismo apareceu, as ciências eram especialmente e exclusivamente materiais. Não podemos dizer materialistas, mas eram materiais. Ocupavam-se apenas dos problemas da matéria. E nós sabemos que até hoje, no meio científico, existe ainda o preconceito anti-espiritual.

 

Reconhecemos que isso é natural em virtude dos processos de evolução que são sempre bastantes complexos. As religiões se opuseram ao desenvolvimento das ciências, e as ciências naturalmente consideraram as religiões sempre como suspeitas. Justamente por isso houve essa dificuldade.

 

Quando Kardec, entretanto, começou a investigação dos fenômenos paranormais, como hoje os chamamos, Kardec estabeleceu que era necessária uma investigação de tipo científico, uma investigação que se baseasse, portanto, na metodologia mais rigorosa possível para a verificação dos problemas do espírito. E foi realmente o que ele fez. Durante doze anos consecutivos, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec, que era membro da Academia de Ciências de Arras, diretor da secção de estudos, ou seja, diretor de Departamento da Universidade de Paris, que era, portanto, um homem de ciência perfeitamente integrado no meio universitário e o maior pedagogo após Pestalozzi, que foi o seu mestre, Kardec estabeleceu então, com esse rigor, a necessidade da investigação precisa dos fenômenos paranormais. Sabemos que esses fenômenos até então eram relegados pela ciência ao campo da superstição, da sugestão, da alucinação, e assim por diante.

 

Pois bem, Kardec demonstrou, através da investigação científica, precisamente dirigida de acordo com a metodologia mais rigorosa: ele demonstrou que esses fenômenos eram reais. São fenômenos de fato! Não são apenas processos alucinatórios. E com isso ele criou realmente uma ciência. Como ele dizia: “Se cada ciência trata especificamente de determinado campo da natureza, e se um campo existe que está em aberto, que é o campo da fenomenologia paranormal, então é necessário que criemos uma ciência específica para esse campo”. E justamente por isso ele criou também, embora dentro dos rigores do método científico vigente, um método especial para a investigação espiritual. E a sua justificativa neste sentido foi a seguinte: as ciências materiais dispõem de métodos adequados ao seu objeto, que são os fenômenos materiais, os fenômenos físicos, mas a ciência espírita que vai tratar de fenômenos cuja origem, cujo sentido, cuja essência é o próprio espírito tem de adotar métodos também adequados ao seu objeto. Nenhuma ciência pode funcionar sem essa adequação do método ao objeto.

 

Ora, sabemos hoje, perfeitamente – e o senhor como cientista deve saber isso mais do que eu –, sabemos perfeitamente que esta tese de Kardec é válida principalmente em nossos dias. Cada ciência hoje reconhece e sabe perfeitamente que não pode exigir que outras ciências surjam baseando-se nos seus próprios métodos.

 

Foi o que se deu, por exemplo, com a psicologia. Muito antes do espiritismo, a investigação psicológica, como sabemos, baseava-se em métodos introspectivo e não extrospectivo; portanto, um método que não era científico. Pois bem, a psicologia, para se tornar científica, teve de elaborar os seus próprios métodos, porque os métodos das ciências físicas não serviram para ela. Hoje poucas pessoas se atrevem a dizer que a psicologia não é ciência. Por quê? Porque a psicologia se baseia em métodos rigorosamente científicos para verificação de todos os fenômenos com que trata, com que se defronta no psiquismo humano.

 

A parapsicologia por sua vez, ao surgir, teve também de elaborar métodos próprios para investigação dos fenômenos paranormais.

 

A ciência espírita, portanto, é uma ciência que tem o seu objeto nas manifestações espirituais. Ela considera essas manifestações como pertencentes à natureza, não ao sobrenatural. Por isso Kardec dizia: “Todas as ciências progrediram avançando precisamente no terreno do sobrenatural, de onde desalojaram as superstições e as interpretações religiosas inadequadas. Assim, o espiritismo como ciência do espírito avança na área que as ciências materiais ainda não atingiram”.

 

Este é o sentido científico do espiritismo.

 

Download Pergunta nº 2: Ciência espírita x ciência material

 

Locutor - Segunda pergunta, do ouvinte João Gaspar Moreira. Se existe realmente a ciência espírita, por que os cientistas não a aceitam e procuram investigar os fenômenos espíritas através de novos ramos especiais das ciências?

 

J. Herculano Pires - Parece-me que em parte já foi respondida na minha resposta anterior essa pergunta também, mas vamos especificar melhor a questão.

 

Os cientistas necessitam de investigar os fenômenos do espiritismo através de ramos novos das próprias ciências materiais em virtude de permanecerem naquela atitude, que eu considero realmente retrógrada, de não querer aceitar a realidade espiritual do universo.

 

Concebendo o universo apenas como produto da matéria, eles insistem que esses fenômenos não são espirituais, que eles são materiais, e por isso mesmo criam novos ramos das ciências materiais para investigá-los.

 

Sabemos, por exemplo, que atualmente na Universidade de Moscou as pesquisas feitas pela pelo professor Vladimir Raikov no tocante ao problema da reencarnação têm sido dificultadas por essa concepção puramente materialista que na Rússia, como sabemos, é adotado oficialmente. Não obstante, Raikov vai vencendo isso através de processos novos que ele vai criando na investigação.

 

Assim os cientistas materialistas soviéticos, apesar de seguros, de embaraçados pela própria concepção a que são obrigados a servir dentro do Estado, eles, entretanto, estão superando estas dificuldades e estão chegando às conclusões espirituais necessárias.

 

Dessa maneira, podemos explicar que as ciências atuais não cuidam do espiritismo a não ser através de ramos criados especialmente para isto, como a metapsíquica e a parapsicologia. Mas as investigações realizadas nesses campos especiais até agora, desde o início das pesquisas metapsíquicas com Charles Richet até os nossos dias, tanto no campo metapsíquico como no campo parapsicológico, as investigações todas dos fenômenos espíritas resultaram em simples endosso das ciências materiais às afirmações sustentadas pela ciência espírita a respeito desses fenômenos.

 

Download Pergunta nº 3: Cientistas espíritas

 

Locutor - Última pergunta do ouvinte João Gaspar Moreira: onde estão os cientistas espíritas? Quem são eles?

 

J. Herculano Pires - Os cientistas espíritas, como sabemos, são aqueles que, embora pertencendo às ciências materiais, se dedicam à investigação espírita. Nós não temos propriamente escolas, faculdades, universidades para a formação de cientistas espíritas. Por quê? Porque a ciência espírita não foi reconhecida pelo meio científico, como já comentamos, e não houve a oportunidade, nem a possibilidade de oficialmente se estabelecerem cursos de ciência espírita.

 

Não obstante, os cientistas pertencentes às ciências materiais, como por exemplo, no caso de William Crookes, Frederick Myers, de Oliver Lodge, [inaudível] e assim por diante, todos eles, dedicando-se à investigação dos fenômenos espíritas, contribuíram largamente para o desenvolvimento da ciência espírita.

 

Houve mesmo quem dissesse, se eu não me engano Conan Doyle, que a ciência espírita foi praticamente desenvolvida depois de Kardec pelos cientistas não espíritas. O que ele considerou um elemento de grande validade, de grande confirmação, do ponto de vista teórico e do ponto de vista prático, da realidade da ciência espírita. Porque aqueles mesmos cientistas que a negavam acabaram contribuindo para o seu desenvolvimento e aceitando os seus princípios.

 

Faça suas perguntas por carta ao programa No Limiar do Amanhã escrevendo para a Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Durante a semana as perguntas podem ser feitas pelos telefones 269-4377 ou para 269-6130 sempre no horário comercial. Na primeira quarta-feira do mês venha participar da nossa gravação de auditório que se inicia às 20h30. Você faz suas perguntas na hora, ouve as respostas na hora e pode dialogar conosco face-a-face. Crentes e descrentes, espiritualistas e materialistas, todos serão bem vindos ao nosso auditório em cada primeira quarta-feira do mês.

 

Perguntas e respostas.

 

As perguntas formuladas a este programa devem ser curtas e precisas, sem rodeios. Pense bem antes de fazê-las para não perder tempo e não fazermos também perdê-lo. Faça quantas perguntas quiser, mas sempre de maneira clara e sintética. Se discordar das respostas, volte a nos escrever ou telefonar.

 

Pergunta nº 4: Anestesia e o espírito

 

Locutor - Professor, o ouvinte Edilberto Silva nos telefonou formulando as seguintes perguntas. Primeira: ao ser aplicada numa pessoa anestesia geral antes de qualquer intervenção cirúrgica, como se comporta o espírito que anima aquele corpo? Será que o mesmo colabora voluntariamente afim de que a droga surta efeito sobre a matéria, ou a anestesia pode influenciar sua vontade?

 

J. Herculano Pires - Nos casos de anestesia, de acordo com as informações dadas pelos próprios espíritos nas investigações feitas a respeito, sabemos que o espírito geralmente abandona o corpo logo aos primeiros sinais da aplicação anestésica.

 

E isso por quê? Porque ele está, não somente convicto da necessidade de ajudar o processo da intervenção cirúrgica, como também porque os espíritos-guias, protetores da pessoa que vai ser operada, estão ao seu lado e a ajudam neste sentido.

 

O espírito é, portanto, retirado do corpo na proporção em que ele se anestesia. O espírito se afasta e mesmo porque os órgãos sensoriais vão sendo bloqueados pela influência do remédio, ou seja, do anestésico aplicado.

 

Download Pergunta nº 5: Abrandamento para os recém espíritas

 

Locutor - Segunda pergunta: depois que uma pessoa adquire certos conhecimentos sobre o espiritismo, poderá essa pessoa resgatar as faltas praticadas nesta existência, ou terá que voltar para resgatá-las? Ou depende da condição do espírito?

 

J. Herculano Pires - É claro que o espiritismo, como disse sempre Kardec, não veio para constituir privilégios na Terra para ninguém. O fato do indivíduo se tornar espírita não o liberta absolutamente do seu passado de provações, ou melhor, do seu passado de práticas erradas que determinam as provações a que ele tem de se sujeitar nesta existência. Dessa maneira, o fato de se tornar espírita não isenta ninguém das provas por que tem de passar, nem mesmo os médiuns. Os médiuns mais dedicados à doutrina, eles estão sujeitos às provas que trazem de vidas anteriores. Seria uma espécie de privilegio concedida indevidamente àqueles que adotassem o espiritismo. Mesmo porque a função da prova é melhorar o espírito, é aperfeiçoá-lo. Não se trata apenas de um pagamento de dívida, como se costuma dizer alegoricamente. Não. Trata-se de um processo necessário ao aperfeiçoamento do espírito. Justamente por isso ele é submetido a todas as provas dentro ou fora do espiritismo.

 

O que acontece de vantajoso para aquele que adota a doutrina espírita é que ele passa a compreender o processo dentro do qual ele se encontra e ele pode ajudar, então, a diminuição das provas, o seu abrandamento, uma vez que compreendendo isso ele já vai se melhorando por si mesmo. A melhora íntima produzida alivia a carga das provas.

 

Aliás, eu queria antes de terminar essa pergunta, ou melhor, tendo terminada a pergunta eu desejo oferecer ao senhor um livro que é “Iniciação Espírita” de Allan Kardec. Com este livro o senhor terá não somente as informações que eu vou lhe dar aqui de maneira mais clara, como outras informações necessárias à sua compreensão melhor do problema espírita. O senhor pode procurar, portanto, este livro: “Iniciação Espírita” de Allan Kardec, no escritório da Rádio Mulher: Avenida Barão de Itapetininga número 46, 11º andar, conjunto 1.111. O livro está lá como um presente de irmão que lhe é oferecido por este programa e pela editora Edicel. Está lá em seu nome. É só retirá-lo a partir de segunda-feira no horário comercial.

 

Download Pergunta nº 6: Descontrole mental

 

Locutor - Professor, o ouvinte Pedro Batista Gonzaga, da quarta divisão de Ribeirão Pires, estado de São Paulo, pergunta: como devo agir para corrigir o descontrole mental que existe em minha filha, Maria da Penha Gonzaga, nascida em onze de dezembro de 1953? Fisicamente, não tem nada. Tenho impressão de que deve haver algum desequilíbrio mental. Por maiores que sejam os problemas de doença, ela não procura colaborar para aliviar o sofrimento de alguém e sim o faz é com risos e críticas. Está sempre isolada de seus irmãos e seus pais. Se procuramos falar-lhe, as respostas são agressivas e desobedientes.

 

J. Herculano Pires - Estes casos podem geralmente decorrer de situações anteriores de vidas passadas. Pode ser que ela esteja justamente na sua família como um espírito que contrariou os seus atuais familiares em encarnações anteriores, que discordava deles, que foi talvez até mesmo adversário, e hoje vem, a esta encarnação, viver juntamente com todos aqueles com os quais ela tem de acertar os seus ponteiros, como assim se diz.

 

Esta questão é bem explicada por Jesus quando ele diz no evangelho: “Acerte a sua situação com seu irmão enquanto estás a caminho com ele, para que ele não te entregue ao juiz” e assim por diante. Realmente quando temos na família pessoas assim em estado de rebelião, devemos levar em consideração a necessidade de vencermos isso, de atrairmos essa criatura para nós, de vencermos ela com o nosso amor, a nossa simpatia, as nossas demonstrações positivas de que a queremos bem. É geralmente uma criatura necessitada de amor que está reagindo contra nós, justamente porque não teve o nosso amor no passado e também duvida que nós lhe demos o amor necessário no presente.

 

O senhor deve cercá-la de atenção, de cuidado, e orar muito! Orar muito a seu favor e a favor dela para que o problema possa ser resolvido de maneira espiritual.

 

Download Pergunta nº 7: Cabala

 

Locução - Professor, o ouvinte Luís Oliva nos telefonou perguntando: a antiga crença cabala tem alguma relação com o espiritismo?

 

J. Herculano Pires - A cabala, como sabemos, é uma secção, por assim dizer, do judaísmo. É a parte mística do judaísmo, onde encontramos as explicações de vários fatos concernentes ao espiritismo, embora não existisse o espiritismo naquele tempo, mas concernentes às manifestações espíritas entre os judeus.

 

Por ser assim, o nome cabala passou a ser aplicado a várias espécies de ciências mágicas fora do judaísmo.

 

O que existe de relação entre esses processos e o espiritismo é simplesmente o seguinte: esses processos mágicos decorrem de forças mediúnicas das criaturas. Aquilo que se chamava magia no passado, não era mais do que uma impregnação fluídica de objetos e de coisas produzidas por um médium a serviços de espíritos interessados em provocar alarme ou susto entre as criaturas humanas.

 

Assim o que existe, portanto, de relação é só isto. A cabala, como as práticas mágicas, decorrem de forças mediúnicas. O espiritismo estuda essas forças mediúnicas procurando discipliná-las e aplicá-las racionalmente no benefício das criaturas.

 

Download Pergunta nº 8: Mesa branca

 

Locutor - Professor, a ouvinte Maria Aparecida Milanile telefonou e pergunta: quando vou ao centro, mesa branca, na hora de receber os passes sinto fortes dores nas pernas e ânsia de vômito. Quero continuar frequentando as sessões, mas tenho medo das reações. De quando em quando sinto os mesmos sintomas em casa quando faço minhas orações.

 

Por favor, quero saber o motivo de tão estranha reação. Quero também o endereço do centro do Cambuci recomendado pelo senhor nos seus programas.

 

J. Herculano Pires - Eu queria primeiramente explicar à senhora que quando se fala em centro espírita não é absolutamente necessário dizer mesa branca. Esta mesa branca é uma expressão puramente popular, adotada pelo povo – e quando falamos povo queremos dizer precisamente a maioria das pessoas que ignoram completamente o espiritismo – para distinguir o espiritismo das sessões de terreiros e outras coisas semelhantes. Essas pessoas sabem que há uma diferença; não conhecem bem a diferença e entendem que podem explicá-la pela mesa branca.

 

O que queria dizer mesa branca? Praticamente é o seguinte: entre as criaturas humildes sabemos que a cor branca representa sempre a pureza, é sempre interpretada como um símbolo de pureza. Aliás, digo entre as criaturas humildes, porque elas dão muito mais importância a essa simbologia, enquanto as pessoas já mais desenvolvidas não dão muito interesse a isso.

 

Pois bem, entendem elas então que a mesa do centro espírita coberta de uma toalha branca deve ser chamada de mesa branca, porque dão àquela toalha branca um sentido mágico, um sentido sobrenatural, acham que a brancura daquela toalha serve para atrair bons espíritos, bons fluidos, como eles dizem.

 

Na verdade isso é apenas um engano, é uma ingenuidade. A mesa do centro espírita pode não ter toalha nenhuma, pode ter toalha preta, vermelha, amarela, azul, cinza, da cor que se quiser. Não tem importância nenhuma a cor da toalha. A mesa do centro espírita é simplesmente, como Kardec sempre explicou, apenas um móvel mais cômodo para que as pessoas se sentem ao redor e estejam tranquilas durante a sessão. Podemos fazer a sessão até sem a mesa, não precisa da mesa. Mas a mesa é usada justamente porque facilita, permite maior comodidade aos assistentes, aos participantes dos trabalhos. Bom, depois disto eu gostaria de lhe explicar que, no tocante a estes sintomas que a senhora sente, sendo eles manifestados apenas quando a senhora entra no centro espírita ou quando vai orar, por essa alusão que a senhora faz, as condições em que eles aparecem, estes sintomas indicam a presença de um espírito sofredor ligado à senhora necessitado de orientação e esclarecimento. Este espírito naturalmente tem qualquer ligação com a senhora e procura desenvolver a sua mediunidade.

 

Por isso, acho excelente o seu pedido de endereço do centro espírita Renovador, do Cambuci. Porque lá nesse centro espírita a senhora encontrará a ajuda necessária para se livrar dessa situação. Procure este centro na segunda-feira ou na sexta-feira: centro espírita Renovador, fica à Rua Espírita, 116. Anote bem: Rua Espírita, 116, travessa da Rua Lavapés, no Cambuci. As sessões começam às 20h30, e as duas sessões públicas do centro são às segundas-feiras e sextas-feiras. Procure chegar lá com certa antecedência para poder conversar com os diretores da sessão e explicar o seu caso.

 

Download Pergunta nº 9: Formato do espírito

 

Locutor - Professor, o ouvinte Jader Frutuoso, Parque Atlântica, Rio Bonito, pergunta: se é o perispírito que dá forma ao corpo, qual o nosso formato quando ainda não atingimos o estágio de vida humana e onde adquirimos essa forma?

 

J. Herculano Pires - O perispírito, como sabemos, é um corpo formado pelo espírito, mas proveniente do fluido universal. O fluido universal de cada mundo é o elemento essencial para a formação dos modelos espirituais de todos os seres que nele habitam.

 

Mas acontece que o espírito, ele é por si mesmo! Ele é o espírito! Ou seja, aquele que tem inteligência, aquele que quer, aquele que sente, aquele que pensa. Justamente por isso o espírito já tem, do ponto de vista da sua natureza evoluída, um sentimento ou uma aspiração a determinadas formas. Assim, no seu pensamento, ele já traz, quando vai passar para a encarnação humana, o corpo de que ele deve se servir.

 

Antes de mais nada, antes de entrar no campo material propriamente dito, ele então adquire, por assim dizer, cataliticamente, ou seja, atraindo para si o fluido universal do mundo, os elementos necessários para a formação do seu perispírito, do seu corpo espiritual.

 

Mas é preciso não esquecer que também os animas possuem perispírito. Que também as plantas possuem perispírito. Que todos os elementos formais existentes no nosso mundo, desde os materiais, desde aqueles que pertencem ao mundo puramente mineral, até os mais elevados no plano humano, todos os elementos formais, todos os corpos, possuem, além da matéria que os constitui exteriormente, este modelo interior, modelo energético que é o perispírito!

 

Assim, quando um espírito entrou em condições de penetrar na natureza humana, de participar da humanidade, ele é reelaborado praticamente pelos espíritos superiores quanto ao seu perispírito que ele já possui e devolvido ao mundo material para aqui revestir-se de uma forma humana através de um novo perispírito que lhe é construído.

 

Download ***

 

Faça suas perguntas por carta ao programa No Limiar do Amanhã escrevendo para a Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Durante a semana as perguntas podem ser feitas pelos telefones 269-4377 ou 269-6130 sempre no horário comercial. Na primeira quarta-feira do mês venha participar da nossa gravação de auditório que se inicia às 20h30. Você faz suas perguntas na hora, ouve as respostas na hora e pode dialogar conosco face-a-face. Crentes e descrentes, espiritualistas e materialistas, todos serão bem vindos ao nosso auditório em cada primeira quarta-feira do mês.

 

Perguntas e respostas.

 

Pergunta nº 10: Anticoncepcionais

 

Locutor - Continuamos respondendo ao nosso ouvinte Jader Frutuoso. Pergunta ele: como o professor encara o problema do anticoncepcional para casais espíritas que já têm muitos filhos, pois sabemos que existem espíritos que precisam reencarnar.

 

J. Herculano Pires - De acordo com a doutrina espírita, os anticoncepcionais podem ser usados desde que realmente necessários.

 

Existem condições, inclusive do ponto de vista da vitalidade da mulher, da sua condição de saúde, que de fato exigem a aplicação de medidas que impeçam a concepção, porque ela não está em condições de atender as necessidades de um novo parto. Dessa maneira o espiritismo não pode absolutamente contrariar nem impedir que isso aconteça.

 

Existem também outras condições que podem ser levadas em consideração, como os problemas econômicos, situações sociais, às vezes conflitivas, difíceis de solucionar e a que o casal tem de atender. Enfim, coisas assim que decorrendo das próprias circunstâncias criam impedimentos irrevogáveis.

 

Mas sempre que um impedimento é revogável, sempre que ele pode ser afastado, não se justifica que um casal se recuse a ter realmente a finalidade do seu casamento realizado.

 

Assim, é preciso que consideremos tudo isso de acordo com essa posição sensata do espiritismo no exame das condições em que se encontra o casal. Mas este é um problema que compete a cada casal. Não compete a nenhum presidente de centro, de federação, de instituição de qualquer espécie determinar ou aconselhar os casais a fazerem isto ou aquilo. Isto é um problema pessoal, um problema particular de cada um. Mesmo porque cada casal sabe quando se uniu aqui na Terra os compromissos que deixou no além. Eles sabem intimamente, interiormente, no mais profundo de suas próprias consciências, se têm ou não têm compromissos inadiáveis que devem ser cumpridos imediatamente. Trata-se, portanto, de um problema de consciência.

 

Download Pergunta nº 11: Catástrofes

 

Locutor - Professor, o ouvinte Getúlio de Paula Ramos da Avenida Flor, de Vila Formosa, pergunta: gostaria de aprofundar-me no conhecimento da filosofia espírita. Já li “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec. Quais os livros que o senhor me aconselha para uma leitura de conhecimentos do espiritismo? Gostaria de saber como são aplicadas as grandes catástrofes. Se quando um espírito desencarna é porque chegou ao fim da missão desse espírito? E quando desencarnam muitos espíritos juntos, é porque chegou ao fim da missão de todos na mesma hora?

 

J. Herculano Pires - Para um maior conhecimento do espiritismo, o senhor deve ler principalmente “Iniciação Espírita”, um livro de Allan Kardec. Não confundir esse livro que é um livro grande, em grande volume e traz o nome de Allan Kardec bem visível, com outros livros que tem o mesmo título, mas que não pertence a Allan Kardec.

 

“Iniciação Espírita” é um livro que de fato inicia as pessoas no conhecimento do espiritismo e vai um pouco além de iniciação. Dá um conhecimento mais vasto e mais profundo. Portanto, a leitura deste livro, juntamente com o “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que é um livro de cabeceira, o “O Evangelho Segundo o Espiritismo” é um livro que a gente tem que ter sempre à mão, porque ele nos auxilia em todos os momentos, é um livro de conselho, um livro de esclarecimento, um livro de orientação espiritual.

 

Mas, para um maior conhecimento da doutrina, o senhor tem de ler “Iniciação Espírita”. E eu vou lhe dar este livro em nome aqui do nosso programa como um presente de irmão que este programa faz às pessoas interessadas no estudo da doutrina.

 

O senhor pode procurar o seu livro, o seu volume de “Iniciação Espírita” de Allan Kardec no escritório da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46 – 11º andar, conjunto 1111, a partir de segunda-feira. A partir de segunda-feira o livro estará lá à sua disposição.

 

Mas vamos passar agora a outra pergunta que o senhor fez.

 

O senhor pergunta como explicar as catástrofes e a morte de numerosas pessoas na mesma ocasião, na mesma hora.

 

Pois bem, não se trata aqui de um fim de missão, como diz o povo. É verdade que cada um de nós tem que cumprir certas obrigações nesse plano, nesse planeta que nós nos encontramos, mas nem sempre se trata de missão. Missão é sempre uma incumbência superior dada a um espírito no sentido de beneficiar muitos espíritos que estão necessitando de orientação, de esclarecimento, de ajuda na Terra. Trata-se, isto sim, de provas, ou de provação. Cada um de nós tem as suas provas ao passar aqui; tem a sua provação a cumprir aqui na Terra. Então, quando as pessoas desencarnam sem ser por sua vontade própria, quer dizer, sem o caso de suicídio, quando elas desencarnam vitimadas por doenças, por catástrofes, por desastres e assim por diante, é porque naturalmente chegou a sua hora de partir. A sua hora de encerrar a provação, a sua hora de por um ponto final nas provas aqui da Terra e voltar para o espaço para continuar a sua evolução espiritual.

 

No caso de muitas pessoas mortas juntas é evidente que se trata daquilo que chamamos de um carma coletivo, ou seja, consequências grupais de atividades exercidas juntamente por aquelas pessoas no passado. Reúnem-se todas num mesmo local, numa mesma hora para passar juntas pela provação final. Todas elas desencarnam então no mesmo momento.

 

Quando, às vezes, há pessoas que ali se encontram, mas, que não devem perecer, elas são retiradas do grupo e realmente se salvam sem que se saiba explicar como se salvaram.

 

Assim, a desencarnação coletiva é sempre uma prova coletiva que se realiza.

 

Download Pergunta nº 12: Sonhos

 

Locutor - Professor, o ouvinte Renato Vicente da Rua Registro, Itaberaba, pergunta: sei que os sonhos, geralmente, são provenientes das coisas cotidianas. Mas meus sonhos são estranhos e exóticos. Sonho que estou em cemitérios extintos, desenterrando cadáveres em estado de decomposição e alimentando-me das vísceras dos mesmos. Qual a sua opinião?

 

J. Herculano Pires - O senhor já vê que realmente não sabe que os sonhos são apenas revivescências das coisas de vigília, das coisas que se passaram durante o dia. Não, não são. A prova o senhor tem aí nos seus próprios sonhos. O senhor não esteve durante o dia visitando cemitérios, procurando arrancar cadáveres para comer. Não se explicam os sonhos assim de maneira tão simples. O sonho é coisa muito mais complexa do que pode parecer à primeira vista.

 

Quando nós estudamos os sonhos do ponto de vista da psicologia ou de um dos seus ramos como, por exemplo, a psicanálise que aprofundou mais essa questão, nós vemos a grande importância do sonho na nossa vida.

 

O sonho determina muitas vezes as nossas situações de comportamento na vida de vigília. Nós precisamos dar importância aos sonhos no sentido de esclarecê-los, mas de esclarecê-los através de uma compreensão profunda daquilo que nos leva a ter esses sonhos.

 

Por outro lado, é preciso compreender também que além das consequências que nós encontramos nos sonhos provindos das nossas próprias situações vivenciais aqui na Terra, por exemplo, dos nossos traumatismos da infância, da adolescência, da juventude, ou mesmo da idade adulta, além disso, temos de levar em consideração as existências anteriores por que passamos, e temos que levar ainda em consideração um fato mais importante, mais significativo: é que durante o sono, ao dormir, o nosso espírito passa para o plano espiritual e vai encontrar-se com antigos companheiros que ali vivem ainda sem terem se reencarnado, ou com pessoas a nós ligadas por motivos vários.

 

Então temos uma espécie de vida espiritual, de vida sonambúlica, como se diz hipnoticamente, e desta vida nós trazemos também, ao voltar para o corpo, as recordações que ali se misturam, no cérebro, com recordações da nossa fase de vigília, dos momentos que estivemos acordados, da nossa vida cotidiana, enfim.

 

Por tudo isso nós vemos que o sonho é bastante complexo, e particularmente do ponto de vista espírita a complexidade do sonho exige bastante estudo e atenção.

 

No caso destes sonhos que o senhor está tendo, o senhor deve procurar com urgência um centro espírita onde o senhor possa explicar este caso desses sonhos, e submeter-se ali ao trabalho esclarecedor e orientador dos espíritos que se manifestam para atender as pessoas em casos semelhantes.

 

Eu aconselharia o senhor a ir ao centro espírita Renovador na Rua Espírita, 116. Anote bem este endereço: Rua Espírita, 116. Esta rua é uma travessa da Rua Lavapés, no Cambuci. Ali o senhor procura os diretores da reunião na segunda ou na sexta-feira. As sessões começam sempre às 20h30, e exponha o seu caso. E posteriormente ouça o que eles têm a dizer a respeito, as recomendações que fazem ao senhor. Acredito que neste caso pelos dados, embora precários que o senhor me dá, realmente existe mais um problema espiritual de que um problema puramente psicológico.

 

Download Pergunta nº 13: Livros

 

Locutor - Professor, a ouvinte Rosa Inês Gonçalves nos escreve uma longa carta parabenizando pelo programa e ao mesmo tempo faz as seguintes perguntas: a relação de livros que se segue pertence à minha pequena coleção de livros espíritas. Gostaria de saber sua opinião a respeito. Primeiro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Alan Kardec; “Anuário Espírita”, órgão do Instituto de Difusão Espírita; o livro “Mãe”, de Francisco Candido Xavier; “Viagem Espírita em 1862”, de Allan Kardec; “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas”, de Allan Kardec.

 

J. Herculano Pires - A senhora está bem servida de uma coleção excelente de livros espíritas. Todos esses livros são bons, todos são esclarecedores. Eu aconselharia a senhora ler com bastante atenção a parte introdutória de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Com bastante atenção, porque geralmente as pessoas leem rapidamente isto e não se inteiram da realidade que ali está exposta no tocante à natureza do espiritismo e ao seu sentido histórico. Assim, aconselho a senhora a examinar com bem atenção esta parte introdutória. Depois, a ler também com bastante atenção as “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espírita” de Allan Kardec, que são de grande proveito no conhecimento do problema mediúnico.

 

Daí por diante não se esqueça de que a senhora deve ler “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, “O Livro dos Médiuns”. Além do “O Livro dos Médiuns”, a senhora deve ler o livro “Céu e Inferno”, o livro “A Gênese”.

 

Não se esqueça de que são cinco os livros fundamentais do espiritismo. A começar pelo “O Livro dos Espíritos”. Além destes que eu citei, portanto, teria de acrescentar “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que a senhora já possui.

 

Lendo assim a coleção dos cinco livros fundamentais de Allan Kardec, e acompanhados, principalmente, por participação em trabalhos espíritas, a assistir conferências espíritas, e assim por diante, a senhora estará bem encaminhada no conhecimento da doutrina.

 

Download Pergunta nº 14: Perturbar a quem não se gosta

 

Locutor - A segunda pergunta: a pessoa que estiver com uma determinada doença contagiosa, ou mesmo incurável, e sabe que mais cedo ou mais tarde vai desencarnar, o espírito desta pessoa, em vida, pode perturbar outra pessoa da qual não goste?

 

J. Herculano Pires - Qualquer pessoa, esteja doente ou não, pode perturbar a pessoa de que não goste. Porque nós vivemos num mundo de relações constantes no tocante aos pensamentos e às emoções. Nós somos pessoas individualizadas, separadas umas das outras pelo nosso corpo, pela nossa situação social, pela nossa condição, pela nossa profissão, e assim por diante. Mas na verdade nós todos nos comunicamos mental e espiritualmente através dos processos telepáticos dentro dos quais estamos na nossa vida humana.

 

Dessa maneira uma pessoa que quer mal a outra, que odeia a outra, que deseja mal a ela, está naturalmente, através de suas vibrações mentais e emocionais, prejudicando aquela outra pessoa. É por isso que o espiritismo e todas as religiões, não somente as religiões cristãs, mas todas elas, condenam essas atitudes mentais agressivas contra outras pessoas. E também as atitudes emocionais como o ódio, a aversão, antipatia, e assim por diante.

 

Todas estas manifestações são contrárias à lei fundamental da espiritualidade que é a lei do amor. Jesus ensinou-nos amarmos uns aos outros como a nós mesmos. Ora, quando nós desejamos mal para o nosso irmão, nós estamos vibrando mal contra esse nosso irmão e ele pode sentir isso. Pode ser que não sinta, se ele estiver numa condição espiritual muito superior à nossa, então a nossa vibração má não o atingirá. Mas nós teremos cometido erro de vibrar mal contra um irmão. Teremos cometido uma infração à lei do amor, à lei da fraternidade universal.

 

Assim esteja certa de que não precisa uma pessoa estar doente, com doença contagiosa ou coisa semelhante, para poder atingir a outra pessoa com suas vibrações maldosas. Mas o que nós temos de fazer neste caso? Se pensarmos que alguém está vibrando contra nós, não é vibrar contra ela, porque então entraremos na mesma vibração, na mesma faixa de vibração negativa e seremos envolvidos também pelos sentimentos malsãos. O que nós temos de fazer? É orar para essas pessoas.

 

Jesus nos disse que devemos amar não apenas ao nosso semelhante, mas até mesmo ao nosso inimigo. E isso que ele ensinou não é apenas um ensinamento moral de palavras aparentemente bonitas e sem uma significação profunda.

 

O sentido profundo disto é científico. Trata-se de uma lei natural. Se nós vibramos contra uma pessoa que vibra contra nós, nós estabelecemos um conflito vibratório que tanto prejudica a ela quanto a nós mesmos. Mas se nós respondemos à vibração má com uma vibração de amor, de simpatia, com uma vibração de tolerância, de fraternidade, nós então neutralizamos a vibração má e ao mesmo tempo auxiliamos aquela pessoa a se acalmar e a desistir da maldade.

 

É isto que devemos fazer: orar pelos que nos perseguem e caluniam, pelos que vibram mal contra nós.

 

Download *** O evangelho de Cristo em espírito e em verdade; não segundo a letra que mata, mas segundo o espírito que vivifica.

 

Abrimos o evangelho ao acaso encontramos em João do capítulo 19, do versículo 38 ao 41, a seguinte passagem: o enterro de Jesus. Depois disso José de Arimatéia que era discípulo de Jesus, ainda que oculto pelo medo dos judeus, pediu a Pilatos permissão para tirar o corpo de Jesus e Pilatos concedeu-a. Foi José quem tirou o corpo. Nicodemos, aquele que no princípio viera ter com Jesus de noite, foi também levando uma composição de cerca de cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os aromas, como é costume entre os judeus sepultar os mortos. No lugar em que Jesus fora crucificado havia um jardim e neste um túmulo novo em que ninguém tinha ainda sido posto. Ali, pois, por causa da Parasceve dos judeus e por estar perto o túmulo depositaram a Jesus.

 

O enterro de Jesus que nós vemos aqui, a descrição da maneira por que Jesus foi retirado da cruz, foi envolvido em panos, em lençóis e depois ungido como costumavam fazer os judeus para finalmente ser sepultado, essa descrição exerceu grande influência no cristianismo, principalmente no cristianismo medieval fazendo com que a figura da morte de Jesus tomasse conta praticamente da igreja e se espalhasse entre os cristãos como um problema fundamental do cristianismo. No entanto, essa passagem, como sabemos, refere-se apenas a um fato histórico natural que é a morte de Jesus como homem, a retirada do seu corpo e o seu enterro como qualquer outra criatura. Do ponto de vista espírita, o que importa no enterro de Jesus é que ele não ficou no túmulo. Como nós sabemos, após o seu enterro houve a ressurreição. Essa ressurreição de Jesus é que é importante para o cristianismo. Por quê? O fato de as pessoas serem enterradas desta ou daquela maneira, envoltas em panos, ungidas ou não, isso pertence apenas ao capítulo das curiosidades humanas. O sentido principal desta narrativa é levar-nos a compreensão de que Jesus, enterrado como qualquer criatura humana, foi na certa um homem, um homem que viveu entre os homens e que morreu como morrem os homens, sem enterrado como foram os homens. Depois Jesus ressuscitou e a sua ressurreição poderia ser considerada como um fato sobrenatural extraordinário, um fato que daria a Jesus não mas a condição humana, mas a condição de Deus. Entretanto, veio o apóstolo Paulo, como nós sabemos, e na sua primeira epístola aos coríntios explica isto muito antes do espiritismo da mesma maneira que o espiritismo viria explicar mais tarde. Diz o apóstolo Paulo que nós temos corpo animal e corpo espiritual. Quando morremos enterra-se o corpo animal, mas ressuscita o corpo espiritual. O corpo espiritual, diz ele, é o corpo da ressurreição e acrescenta que Jesus ressuscitou como nós ressuscitamos. Exatamente. O importante nisto é o fato da ressurreição, mostrando que Jesus também ressuscitou como homem, como todas as criaturas humanas ressuscitam.

 

Aguarde a nossa pergunta a você, amigo ouvinte, daqui a pouco. No Limiar do Amanhã é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ, e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, Paraná, 780 KHZ. A reprise domingueira é exclusiva da Rádio Mulher em São Paulo. E agora a nossa pergunta a você, amigo ouvinte: por que umbanda não é espiritismo? Responda certo e ganhe um livro.

 

No Limiar do Amanhã: um convite para o futuro.

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