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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

No Limiar do Amanhã, um desafio no espaço.

 
O lançamento da primeira edição em nossa língua do livro de Frederick Myers, s é um acontecimento cultural da mais alta significação. Havia uma grande lacuna em nossa bibliografia espírita, a falta da obra de Myers, porque essa obra representa a primeira tentativa, o primeiro passo no mundo para a elaboração sistemática da psicologia espírita.
 
Psicólogo, escritor e jornalista inglês, Myers era também um dos mais hábeis pesquisadores dos fenômenos espíritas. Seu livro publicado em fins do século passado só agora aparece entre nós. Mas aparece na hora certa, quando mais precisamos da sua divulgação e principalmente do seu estudo acurado no meio espírita.
 
Chamamos a atenção de nossos ouvintes para este acontecimento editorial que se deve à livraria Boa Nova, sito a Rua Aurora 706, próximo à Avenida São João. Esta é uma indicação gratuita que fazemos em homenagem a Steven Roland Ibsen, promotor da edição do livro de Myers. Neste programa não fazemos publicidade. Ninguém consegue introduzir nesse programa um anúncio pago, mas tudo quanto interessa a boa divulgação cultural de espiritismo, terá divulgação gratuita.
 
Insistimos no esclarecimento. Não fazemos promoções e anúncios neste programa. Todo ele se destina apenas e exclusivamente ao esclarecimento de questões espirituais. Indicações de livros, notícias de novas edições e de novas publicações doutrinarias não tem finalidade comercial. Temos a finalidade divulgação doutrinária do Espiritismo e só por isso anunciamos livros que realmente devem ser lidos e estudados. Os livros são a base da cultura espírita.
 
Indicamos o livro de Myers, A Personalidade Humana e sua Sobrevivência, a todos os estudiosos de Espiritismo. É um livro de leitura obrigatória para quem quer saber, para os que desejam instruir-se.
 
Há muita gente que só pensa em dinheiro. Não somos contra o dinheiro, pois todos necessitamos dele. Mas neste programa não se pensa em dinheiro, não há nenhuma finalidade de lucros. Pomos dinheiro e trabalho neste programa, dando o que é nosso em favor da divulgação doutrinária. O Grupo Espírita Emmanuel e sua editora GEEM não são empresas comerciais, são instituições doutrinárias. Insistimos nisto em virtude de confusões que se tem feito e que devem ser repelidas por todas as pessoas sérias.
 
No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emmanuel, transmissão 162, quarto ano. Locutores: Jurema Iara e José Pires. Sonoplastia: Paulo Portela. Técnica de som: Benê Alves. Direção e participação do professor Herculano Pires. Gravação nos estúdios da Rádio Mulher, São Paulo.
 
Diálogo No Limiar do Amanhã, uma busca da verdade.
 
Pergunta 1: Riqueza obtida através de loteria esportiva.
 
Locutor
- O ouvinte Graciano Duarte Souza, da Rua Carlos Souza Nazaré, pergunta. Primeiro. A riqueza obtida na loteria esportiva é válida? Não prejudica quem apostou e perdeu?
 
JHP - A riqueza neste caso é válida, não vejo motivo para que não seja. Quem apostou sabia que tanto podia ganhar quanto perder. Ora, se perdeu foi dentro do contrato estabelecido entre a loteria e esta pessoa que jogou. Há portanto um contrato, há um compromisso entre os que jogam e a loteria esportiva que vai pagar. Portanto não houve prejuízo para ninguém. Houve benefício para aquele que ganhou, mas todos estavam concordes neste jogo coletivo. Não há portanto nenhuma causa de invalidade nesta riqueza adquirida de acordo com os sistemas estabelecidos, a lei em vigor, dentro portanto de toda legalidade jurídica que domina em nosso país. Não há do ponto de vista espiritual nada que possa perturbar aquilo que é feito dentro das regras estabelecidas na sociedade comum, desde que estas regras de fato não causem, não representem injustiça, não causem injustiça de maneira alguma. E no caso da loteria esportiva não há essa injustiça.
 
Pergunta 2: Como é certo dizer, temos ou somos corpo, alma e espírito?
 
Locutor
- Professor, a segunda pergunta do ouvinte. Como é certo dizer, temos ou somos corpo, alma e espírito?
 
JHP - Acho que tanto faz como tanto fez. Se nós quisermos tomar uma atitude por assim dizer, bastante rígida em matéria de expressão real daquilo que representa nossa presença no mundo, poderíamos dizer somos espírito, temos corpo. A alma como sabemos é o espírito enquanto encarnado. Mas o hábito, o costume, principalmente em nossa língua, é dizer sempre o meu espírito. Quando nós sabemos que o meu espírito representa dizer eu mesmo. O meu corpo, o corpo é naturalmente um instrumento que serve ao espírito. Mas de acordo com as regras adotadas na nossa linguagem e o hábito da linguagem, não há dificuldade nenhuma em se dizer o meu corpo, o meu espírito, a minha alma.
 
Pergunta 3: Por que o nome de Allan Kardec?
 
Locutor
- Terceiro, por que o nome de Allan Kardec? O que significa, era espírito?
 
JHP - Sim, Allan Kardec era um espírito reencarnado. O nome foi escolhido pelo seguinte. O professor Denizard Rivail era um pedagogo de grande projeção na França do seu tempo, e no mundo. Ele era um homem que tinha as suas obras como uma continuação natural das obras de seu mestre Pestalozzi, que era como sabemos, o maior pedagogo da época. Depois do desaparecimento de Pestalozzi, Kardec continuou a desenvolver o trabalho do mestre em Paris. Consequentemente o seu nome estava demasiado projetado no mundo cultural do tempo e representava uma segurança para aqueles que queriam seguir a orientação pestaloziana, em matéria de educação. Ora, não ficaria naturalmente bem para Kardec publicar as obras espíritas que se referiam a assuntos completamente diverso, com o seu nome de educador, de pedagogo, porque seria misturar coisas diversas, coisas diferentes. Por outro lado Kardec compreendia que a divulgação do Espiritismo iria tomar grande vulto, como de fato superou a sua própria missão pedagógica. Assim Kardec achou que havia dois problemas a resolver. Um era que ele não assinasse os livros com o seu próprio nome porque na verdade os livros não eram inteiramente dele. Ele os organizara, ele os disciplinara por assim dizer, disciplinara toda matéria para a formação desses livros. Mas o conteúdo maior provinha dos espíritos. Poderia se fazer naquele tempo como se faz hoje, pôr o nome do médium ou dos médiuns que colaboraram com Kardec e que eram na verdade duas meninas, como nós sabemos.
 
Ora, Kardec entendeu diante do que acontecera nos Estados Unidos com as irmãs Fox. Duas médiuns também mocinhas, que ao se projetarem no campo mediúnico foram de tal maneira combatidas e perseguidas que sofreram penosamente com isso. Tendo em vista isso, Kardec achou que não devia divulgar o nome das meninas. Foi daí nesse momento que ele foi socorrido pelo seu espírito protetor que lhe disse o seguinte. Assine os livros espíritas com o nome que você teve na encarnação anterior, Allan Kardec. Foi com esse nome que você viveu entre os celtas aqui mesmo na França, nas Gálias antigas, e com esse nome você foi um sacerdote druida. Ora, o druidismo é uma das fontes do Espiritismo porque nós encontramos no druidismo um paralelismo muito curioso com o cristianismo primitivo. E dessa maneira Kardec passou a assinar os seus livros com o nome anterior, como se fosse um pseudônimo, Allan Kardec. O que era também do seu ponto de vista um testemunho de quanto ele admitia e tinha plena convicção da realidade da reencarnação.
 
Pergunta 4: O que significa “figueira seca”, segundo o Evangelho de Marcos?
 
Locutor
- Quarta pergunta, professor. O que significa “figueira seca” no Evangelho: Marcos, capítulo primeiro, versículo vinte e um?
 
JHP - Na verdade esta referência a figueira, não está em Marcos, capítulo primeiro, versículo vinte e um. Mas em Marcos, capítulo décimo primeiro ou onze e versículo doze. E acontece que em Marcos não se trata de figueira seca, trata-se de uma figueira verde, cheia de folhas, mas que não dava frutos. E que Jesus ao se aproximar dela teria lançado sobre ela uma maldição pelo motivo de não haver encontrado ali nenhum fruto. Isto seria como sabemos, absurdo. Mas quando recorremos à Lucas, e o senhor pode anotar isso com certeza. Quando recorremos a Lucas, capítulo treze, versículos seis a nove, nós então verificamos que esta passagem que em Marcos aparece como um fato real da vida do Cristo, era na verdade uma parábola. Então é que aparece a figueira seca. Trata-se de uma parábola através da qual Jesus indicava aos seus discípulos, usando sempre o método da explicação através de uma figura que definisse bem o problema. Explicava que aqueles que não dão frutos, aqueles que não produzem nada, serão naturalmente considerados inúteis perante o reino dos céus. Serão considerados portanto fracassados no processo evolutivo que veio realizar na terra. É por isso que nós encontramos então em Lucas a definição clara desta parábola. É interessante notarmos o seguinte. O problema da parábola da figueira nos evangelhos nos mostra o cuidado que precisamos ter na interpretação das escrituras. As igrejas realmente tomam estas escrituras ao pé da letra e as consagram como sendo a própria palavra de Deus. Dessa maneira aquilo que está escrito num livro chamado sagrado, é inviolável, é indiscutível, não pode ser criticado, nós temos de aceitar aquilo de uma maneira porque vem. Pois bem. Se nós tomarmos esta posição das igrejas no tocante a esse problema da figura, ficamos sem saber como sair da dualidade, do conflito que se estabelece entre Marcos e Lucas. Foi por isto que o apóstolo Paulo disse que não devemos nos apegar à letra dos textos, mas sim ao espírito. Devemos verificar o que significa o texto. Devemos verificar isso com atenção, pesquisar os textos para não cairmos em situações conflitivas diante daqueles que nos interpelam.
Ora, nós sabemos que nos evangelhos há várias discrepâncias entre os evangelistas. Porque cada evangelista escreveu o seu evangelho num determinado lugar e num determinado tempo. Os evangelhos não foram escritos ao mesmo tempo pelos quatro evangelistas. Há uma distância bastante significativa entre o aparecimento de um evangelho e o aparecimento de outro. Cada um foi escrito num determinado lugar e numa determinada época. Cada evangelista dispunha dos dados que possuía, seja das anotações pessoais que carregava consigo, seja do apóstolo ou daquele que junto de Jesus ouviu o que Jesus dizia e ensinava, e transmitiu a eles. Sabemos por exemplo que Lucas para escrever o seu evangelho, ele que não havia acompanhado o Cristo, não havia pertencido portanto ao apostolado do Cristo. Ele teve de recorrer a pesquisas e dirigiu-se até mesmo a Maria mãe de Jesus, que na ocasião estava morando com o apóstolo João em Éfeso. E foi interrogar Maria a respeito de muitos pontos que lhe pareciam duvidosos nas anotações feitas por aqueles que ouviram Jesus e naquilo que corria a respeito do ensino de Jesus.
 
Ora, assim sendo nós não podemos querer que haja unanimidade, uma concordância perfeita entre os vários evangelhos. Não podemos portanto admitir o dogma do texto sagrado como sendo a palavra de Deus inviolável e intocável. Não! Os evangelhos, nós devemos ter isto sempre em mente, foram escritos por criaturas humanas, por apóstolos de Jesus e as vezes também por discípulos dos apóstolos. Como é por exemplo o próprio evangelho de Marcos. João Marcos como sabemos, não chegou a ser nem sequer um discípulo de um apóstolo direto de Jesus. Ele foi discípulo de Paulo e como discípulo de Paulo ele era portanto discípulo de um apóstolo que nem sequer conhecera Jesus em vida e não o seguia. Assim, cada um dos evangelistas tem uma posição. O evangelista João, nós sabemos que foi aquele que conviveu mais intimamente com Cristo e que registrou precisamente as suas anotações. E dessa maneira também devemos entender que o exame dos textos evangélicos deve ser acurado. Devemos levar em conta as circunstâncias históricas, à distância no tempo em que eles foram escritos, os locais em que eles foram elaborados. O evangelho de João por exemplo escrito em Éfeso, foi grandemente influenciado pela filosofia de Alexandria. E justamente por isso é um evangelho diferente dos outros, os três primeiros chamados evangelhos sinóticos. O evangelho de João é considerado um evangelho teológico, um evangelho de maior profundidade. Começa com o problema do verbo e se desenvolve como sabemos numa proporção bastante mais avançada do que os outros evangelhos. Isto nos mostra que devemos ter muito cuidado e não considerar os textos como invioláveis, nem intocáveis. Os textos estão sujeitos a críticas e foi esta crítica que promoveu como sabemos, a reforma protestante dividindo a igreja e estabelecendo uma nova corrente do cristianismo, que foi grandemente benéfica. Porque os protestantes foram os que tiraram o evangelho do esconderijo em que a igreja dominante havia colocado. E divulgaram o evangelho nas línguas nacionais porque eles eram publicados apenas em grego, o que tornava difícil o seu estudo e praticamente privativo dos sacerdotes e dos teólogos. O evangelho portanto só chegava ao povo de maneira indireta através desses intérpretes. Mas com a reforma protestante, os evangelhos foram publicados nas línguas nacionais, tornaram-se acessíveis a todos os povos.
 
O mesmo que dizemos do evangelho devemos dizer também da Bíblia. Aqueles que consideram a Bíblia como a palavra de Deus, enganam-se. Porque a Bíblia é constituída por uma verdadeira biblioteca judaica antiga. São velhos livros do judaísmo que foram reunidos para formar um código, uma codificação, a codificação bíblica, na qual então nós temos a doutrina judaica. Não é possível considerar este texto múltiplo, variado e imenso, como um texto inviolável, intocável, não sujeito a crítica. Um texto ditado pelo próprio Deus. Não é verdade. Foram numerosos os escritores da Bíblia. E a própria Bíblia nos relata que depois do exílio na Babilônia, quando os judeus voltaram a sua pátria. O profeta Esdras iniciou a pesquisa para conseguir recuperar os livros que haviam sido destruídos e aqueles que estavam apenas na memória das pessoas que naquele tempo, como sabemos, memorizavam livros inteiros. Ele iniciou a campanha para reconstruir aqueles livros e reuni-los num só. Esdras chegou mesmo a fazer uma espécie de comício público em Jerusalém quando terminou a confecção da Bíblia, a restauração dos livros antigos, para apresentar este livro ao povo judeu. Assim, não é possível que estejamos apegados a posições absolutamente absurdas, como é a de considerar que esses livros são intocáveis. Eles devem estar sujeitos a crítica história, a crítica literária e a crítica espírita. Por isso o espiritismo estabelece que estes livros devem ser naturalmente apreciados dentro de um critério lógico, e não através de uma fé cega, sem raciocínio.
 
Pergunta 5: O que significa "louvar o mordomo infiel"?
 
Locutor
- Professor, o que significa louvar o mordomo infiel: Lucas, capítulo dezesseis, versículo oito?
 
JHP - Sim, esta citação sua está exata, capítulo dezesseis, versículo oito. Trata-se de uma parábola também de Jesus. Uma parábola em que ele explicou que um mordomo infiel ou tido como infiel, ia ser posto fora do trabalho. Teria de deixar a administração da propriedade do senhor, do seu senhor, do seu patrão. Então este mordomo começou a raciocinar assim. Já estou velho, não posso mais cavar a terra, não posso trabalhar em serviços pesados. Eu preciso administrar ou ter um outro serviço leve para poder continuar a viver. Mas se o meu patrão vai me pôr na rua, eu não tenho o que fazer. Não tenho também coragem de mendigar, tenho vergonha de sair à rua mendigando. Então o que farei? O mordomo pensou e chegou a esta conclusão. Começou a chamar aqueles que deviam ao senhor e dizia a cada um deles. Você deve cem todos de trigo a meu patrão. Pois bem, está aqui um papel, anote que a sua dívida é de apenas cinquenta codos. Chamou outro e disse: você deve cem codos, anote oitenta apenas. E assim por diante. Foi diminuindo as dívidas para que ele pudesse sair do emprego levando o dinheiro suficiente para continuar a viver sem arriscar-se a uma situação negativa.
 
O senhor, de acordo com a parábola verificou isto, compreendeu isto e aprovou o que o mordomo infiel tinha feito. Porque diz lá no próprio texto, no próprio texto da parábola. Porque o mordomo agira com inteligência. E aí Jesus então diz que os filhos do mundo são mais espertos no tocante à sua geração, de que os filhos da luz. Ele então nos mostra que aquele mordomo realmente revelou habilidade e inteligência de acordo com o mundo. Não de acordo com o reino dos céus, não de acordo com a luz. E foi louvado pelo senhor. Não foi Jesus quem o louvou, foi o senhor dele, o patrão dele. Aquele homem mesmo que saiu prejudicado, mas que admirou-se da inteligência e da esperteza do mordomo e o louvou. E aí Jesus nos dá aquela lição curiosa, mas bastante justa que diz assim. Aproveitai as riquezas da iniquidade para granjear amigos. Muitos se enchem de riqueza de maneira iníqua e não sabem servir-se dela para granjear amigos. Então cometem dois erros. Por um lado cometem um erro enorme do ponto de vista moral, lesando os outros. E de outro lado se esquecem de armar-se pelo menos com a amizade das pessoas que poderão ajuda-los no momento de necessidade. Era uma lição de bom senso que Jesus dava aos discípulos.
 
Pergunta 6: Pedido equivocado de ampliação de livro.
 
Locutor
- Continuando a carta do ouvinte Graciano Duarte Souza. Ele faz a sexta pergunta, professor. O senhor não poderia transcrever o livro O Que é o Espiritismo, ampliado com o "Que é Espiritismo de Herculano Pires" e contendo um vocabulário espírita?
 
JHP - Não existe esse livro O Que é Espiritismo de Herculano Pires. Existe o livro O Que é o Espiritismo de Allan Kardec. Eu não fiz nenhum livro com esse título. Tenho é verdade um livro de introdução ao Espiritismo que se chama O Espírito e o Tempo. Mas acontece que O Espírito e o Tempo têm uma posição bem diferente daquela com que Kardec iniciou a divulgação do Espiritismo. Por que? Porque nós estamos numa fase já bem mais adiantada dessa divulgação. Kardec era o iniciador. Então ele expôs com muita simplicidade e clareza neste pequeno livro O Que é o Espiritismo. E isto ficou de tal maneira claro, que este livro é indispensável a todos aqueles que querem se iniciar na doutrina espírita. Quanto ao meu livro, O Espírito e o Tempo não ficaria bem junto com o livro de Kardec, porque ele trata principalmente dos problemas de antropologia cultural que se referem ao Espiritismo. É uma introdução ao Espiritismo de maneira diferente, dentro dos conhecimentos científicos atuais.
 
Eu procuro mostrar que a mediunidade vem desde o homem primitivo até os nossos dias, passando por várias metamorfoses, por numerosas transformações, até chegar ao ponto em que hoje a utilizamos. Isto está de acordo com o pensamento de Kardec, está de acordo com o ensino d'O Livro dos Espíritos. Mas há uma diferença por assim dizer, qualitativa entre os dois livros. O livro de Kardec é um livro de maior popularidade. O meu livro é um livro que se tem o âmbito menos amplo, mais restrito. É um livro que se dirige especialmente aos estudiosos e particularmente aos estudantes de curso universitário que desejam conhecer os aspectos antropológicos da doutrina espírita. Assim, o meu livro se insere no sistema atual da antropologia cultural. Enquanto o livro de Kardec é uma iniciação direta na doutrina espírita no seu tempo, quando o Espiritismo nascia. Não há pois necessidade de se fazer isso. Quanto ao vocabulário espírita eu recomendaria ao senhor adquirir um volume de Iniciação Espírita de Allan Kardec. Ali o senhor encontra no final do volume, um livrinho que trata das práticas mediúnicas e que termina com um vocabulário espírita.
 
Pergunta 7: Possibilidade de encontrar filha desencarnada após a morte.
 
Locutor
- Professor, a ouvinte Maria José T. Santos, da Rua Saldanha Marinho, bairro do Belém, pergunta. Primeiro. Se a filha única que perdeu com vinte anos de idade em 1972, poderá ser encontrada por ela depois da morte, mesmo que esteja reencarnada ou num plano superior?
 
JHP - É evidente que sim. O fato de um espírito estar num outro plano, um plano diferente daquele para que nós possamos ser levados após a morte, não quer dizer que ele esteja isolado de nós permanentemente. Porque os espíritos superiores podem transitar com grande facilidade entre os vários planos da espiritualidade, o que não pode fazer o espírito inferior. Então a senhora por exemplo se considera um espírito bastante inferior ao espírito de sua filha. A senhora acha que passando para o lado de lá, poderia ter dificuldades em encontrá-la. Poderia encontrá-la por exemplo encarnada. E se ela estivesse encarnada não seria fácil a senhora tomar conhecimento com ela. Neste ponto também não há dificuldade nenhuma. Porque os espíritos não se conhecem no plano espiritual apenas pela forma humana que tiveram na última encarnação. Eles se conhecem por uma ligação afetiva, a ligação amorosa que os liga uns aos outros. Aqui na Terra nós sentimos muitas vezes simpatia por uma pessoa que não conhecemos. Às vezes uma simpatia profunda que nos liga realmente àquela pessoa mais do que aos nossos próprios familiares. Essa ligação provém do que? Não é da forma física, ela provém de um sentimento íntimo, profundo, que está no coração de ambos. Quando nos encontramos esse sentimento brota em nosso coração e nos liga àquela pessoa, como liga àquela pessoa à nós. Este processo que nós já podemos notar aqui na terra, existe de maneira muito mais intensa no mundo espiritual.
 
Assim se a senhora por exemplo chegar no mundo espiritual e sua filha estiver reencarnada na terra, a senhora como espírito não terá a menor dificuldade em encontrar a sua filha reencarnada, aproximar-se dela, ligar-se a ela pelo pensamento e pelo sentimento. Auxiliá-la até mesmo na solução dos seus problemas na vida material. A senhora seria neste caso, aquilo que em doutrina espírita chamamos espíritos familiares. Todos nós temos os espíritos familiares que nos ajudam em nossa vida terrena. São espíritos que muitas vezes não se reencarnaram conosco nesta encarnação. Estão do lado de lá e vão talvez se reencarnar depois que morrermos. Mas enquanto aqui estamos eles representam um papel de espíritos protetores, auxiliando o nosso espírito protetor, ajudando-o, acompanhando-nos e assistindo-nos em nossas dificuldades. De maneira que se sua filha estiver num plano superior, a senhora não terá dificuldade em recebê-la porque ela sabendo que a senhora já passou para o mundo espiritual, ela a visitará sempre que possível e estará presente com a senhora em todos os momentos de necessidade. E se ela estiver reencarnada, a senhora terá também essa oportunidade. Por outro lado é preciso lembrar que durante o sono nossos espíritos se desprendem do corpo e vão para o mundo espiritual, quando naturalmente temos a evolução suficiente para isso. Sua filha sendo como a senhora diz, um espírito elevado, ela não terá nenhuma dificuldade, se estiver encarnada, em encontrar-se com a senhora no mundo espiritual durante o sono.
 
Pergunta 8: O problema de bocejar e lacrimejar.
 
Locutor
- A segunda pergunta. Por que uma sua amiga boceja e lacrimeja ao se aproximar dela?
 
JHP - Este problema de bocejar e lacrimejar não quer dizer que se trate absolutamente de problema exclusivamente espiritual. Muitas vezes as pessoas encontram conosco, bocejam e lacrimejam por motivos puramente pessoais. Por motivos orgânicos, a pessoa pode estar numa situação em que o bocejo lhe é necessário. Nós sabemos que o bocejo é uma forma pela qual o organismo supre as deficiências de oxigênio que possui. E a lacrimação geralmente provém do próprio bocejo, porque a modificação das estruturas musculares faz com que os canais lacrimais sejam atingidos, as glândulas lacrimais então emitem as lágrimas que correm pelos olhos. Ora, sendo assim nós não devemos considerar esse problema como um problema espiritual.
O que nos interessa no problema espiritual não é o bocejo ou sinais puramente físicos de uma possível aproximação do espírito, mas é aquela percepção que nós temos. A percepção intuitiva, mental, subjetiva, quer dizer, não no exterior mas dentro de nós da aproximação de um espírito. É verdade que muitas vezes o espírito nos envolve em vibrações, mas essas vibrações embora periféricas, embora atingindo-nos do lado da pele, da epiderme, estas vibrações entretanto são produzidas pela mente do espírito e afetam a nossa mente. De maneira que a senhora não se importe com este pequeno problema. É possível que essa pessoa tendo na primeira vez que encontrou com a senhora, em virtude do estado em que se encontrava bocejado e lacrimejado, depois cada vez que encontra com a senhora, porque ela acreditou que se tratava de um problema espiritual, continue a fazer o mesmo.
 
Pergunta 9: Judas estava predestinado a trair Jesus?
 
Locutor
- Terceira pergunta. Judas estava predestinado a trair Jesus?
 
JHP – Não. Se houvesse esta predestinação, nós então não teríamos livre arbítrio e Judas no caso não teria tido nenhuma culpa. No entanto nós vemos que ficou bem claro no evangelho e até mesmo através de expressões de Jesus, que Judas era culpado. Não podemos portanto admitir que Judas estivesse livre de qualquer culpa porque ele veio predestinado a trair. Não há esta predestinação. Aliás O Livro dos Espíritos deixa bem claro a respeito. Ninguém tem uma missão maléfica na terra. Ninguém vem aqui para praticar um ato mal. Todo mundo vem para ser bom, para aproveitar a existência e transformar a sua maldade em bondade. De maneira que Judas não veio para isso. Ele se aproximou de Jesus porque ele tinha interesse realmente em seguir Jesus, em aprender com Jesus, ele era um espírito místico. Mas o que perdeu Judas foi a sua pretensão, a sua vaidade pessoal. Muitos espíritos místicos são terrivelmente vaidosos. Judas entendeu que perto de Jesus ele estava junto do Messias. Que o Messias iria dominar o mundo e que ele, Judas, ia ser por assim dizer, um secretário do Messias, um seu assistente. Ele ia se encher de poder e de grandeza diante do mundo.
 
Então Judas não quis aceitar a humildade de Jesus. Ele achava que Jesus estava se recusando a cumprir a sua missão. Num momento de desespero ele entendeu que devia entregar Jesus aos judeus. Porque, pensava ele. O Messias não pode ser preso, o Messias não pode ser condenado. O Messias é um ser superior e o Messias tem o poder nas suas mãos. Se eu forçar a entrega de Jesus aos judeus, então Jesus cumprirá o seu messianato. Ele dará um golpe nos judeus e nos romanos, expulsará os romanos da Palestina e iniciará então o seu reinado universal na terra. Veja-se a pretensão de Judas. Foi este o seu pecado. E por isso como nós sabemos, segundo relato evangélico e a tradição a respeito, Judas depois de ver que ele fracassou nisso porque Jesus foi preso, entregou-se humildemente, deixou-se crucificar. Então Judas se enforcou.
 
Pergunta 10: Mudança do sistema de trabalho nos centros pela FEESP com supressão das comunicações espíritas.
 
Locutor
- Professor, a ouvinte Leni Oliveira Pepe, do Jardim Abril, em Osasco, pergunta. Se a mudança do sistema de trabalhos no centro, determinada pela Federação, está certa ou errada? Pois muitos médiuns se afastaram e ela também não concorda. Diz que foi introduzida a leitura do evangelho e suprimidas as comunicações.
 
JHP - Eu sei que está havendo uma grande transformação na Federação Espírita do Estado de São Paulo e acho que essa transformação é absolutamente necessária. Porque a Federação Espírita do Estado de São Paulo durante mais de vinte anos, esteve fora dos trilhos em matéria de doutrina espírita. Embora não tenha ocorrido com ela o que aconteceu com a Federação Espírita Brasileira, que caiu nas garras da mistificação roustenguista. Embora não tenha acontecido isto, porque a federação manteve-se isenta deste problema, entretanto aconteceram outras coisas lamentáveis. Muitas coisas erradas foram introduzidas na estrutura da federação, nos seus cursos, nas suas práticas internas. A atual diretoria que é uma diretoria renovadora resolveu processar uma modificação nos sistemas da federação para devolvê-la à Kardec, fazê-la voltar à Kardec. De maneira que sei que essa transformação tem uma intenção benéfica. Não acho entretanto que a federação deva exercer pressão sobre os centros espíritas que são entidades livres e devem continuar a ser livres, para modificarem os seus trabalhos.
 
Acho que a federação não está fazendo isso porque, pelos seus diretores que eu conheço e sei que realmente querem respeitar a doutrina, acho que a federação deve estar sugerindo modificações em trabalhos nos centros. Mas não entendo porque a federação poderia ter suprimido comunicações espíritas nas sessões. Acho que se isto está sendo feito é errado. As sessões mediúnicas processam-se na base das comunicações. Quanto a introdução da leitura do evangelho no início da sessão é uma medida benéfica, uma medida perfeitamente boa. Mas se se pretende transformar uma sessão mediúnica em sessão de leitura e estudo apenas do evangelho, e comunicações apenas de espíritos protetores, então o erro é tão grande como aquele que a federação pretende corrigir. Não posso dar a senhora portanto com certeza a medida daquilo que está se processando. Mas posso dizer a senhora que se as coisas se passam de acordo com o que a sua carta nos diz, de fato há um erro grave. O estudo do evangelho, o estudo dos livros espíritas como O Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos e outros, deve ser feito em sessões de estudos e não em sessões mediúnicas. Quando as sessões mediúnicas destinam-se a manifestação de espíritos e particularmente de espíritos necessitados de esclarecimento.
 
Pergunta 11: O que significa, para os espíritos, a comunicação?
 
Locutor
- Continuando a responder a ouvinte Leni Oliveira Pepe. O que significa para os espíritos a comunicação?
 
JHP - A comunicação significa muito para os espíritos. Nós sabemos que através dela que eles nos transmitem uma Doutrina Espírita. Isso no tocante aos espíritos superiores. No tocante aos espíritos inferiores, eles sentem grande necessidade de comunicar-se com as pessoas vivas aqui na terra. Isso por que? Porque a sua própria inferioridade faz com que eles se sintam muitas vezes confusos. É grande o número de espíritos que nem sabem que morreram. Passaram para o plano espiritual e continuam como se estivessem doentes. Sofrendo ainda da moléstia que os vitimou e se arrastam por assim dizer, no plano espiritual, apegados a ideia de que continuam vivos. Por que? Porque ao sair do corpo material, eles saem no corpo espiritual e o corpo espiritual como sabemos é o modelo do corpo físico. Consequentemente eles se sentem no seu corpo. Não são capazes de compreender a transição, a modificação que foi efetuada. E como se sentem vivos, capazes de andar, de falar, de pensar, eles então não acreditam que morreram. Em geral a ideia da morte desenvolve na maioria das pessoas a ideia do aniquilamento total da criatura.
 
Ora, as criaturas que se sentem do lado de lá exatamente como estava aqui na terra, inclusive com as suas doenças, com os sintomas das suas moléstias, elas dificilmente acreditam que já morreram. É necessário então a comunicação espírita para muitas destas criaturas, porque nessa manifestação, nessa comunicação, eles se colocam em relação com o plano material de uma maneira diferente daquela em que costumavam estar em relação durante a vida física. É diferente a situação. Eles tem de falar através de um médium, eles tem de comunicar-se pela mediunidade. E é fácil então demonstrar-se a eles que na verdade já morreram, já passaram para o plano espiritual. Quando se demonstra isto faz-se com que o espírito desligue a sua mente da situação do corpo enfermo que ele deixou na terra. A sugestão da doença desaparece. O espírito recupera o seu estado normal de espírito, se liberta das impressões angustiosas e podem então iniciar uma vida espiritual feliz e tranquila. É este o efeito mais importante das sessões espíritas em que os espíritos necessitados se manifestam. Isto não quer dizer absolutamente que os espíritos todos tenham necessidade da comunicação mediúnica. Mas quer dizer que muitos daqueles espíritos que não estão em condições de compreender o seu estado no mundo espiritual e nem mesmo de ouvir e conversar com os espíritos que os querem ajudar, estes espíritos que são também em grande número realmente necessitam.
Daí o sentido de caridade que tem uma sessão mediúnica. É a caridade prestada além da morte àqueles que necessitam de esclarecimento e de ajuda para se integrarem realmente na nova vida em que se encontram.
Por outro lado há casos bastante curiosos de pessoas que passando para o mundo espiritual, embora já estejam em condições de compreender o que aconteceu. Elas entretanto sentem um desejo enorme de após a morte falar com alguém aqui da terra. Dar uma comunicação, enviar um recado a um parente ou se possível conversar mesmo com um parente. Elas são atendidas geralmente essas entidades, são atendidas no seu desejo, quando de fato esta comunicação seja favorável para elas, não lhes cause distúrbios emocionais e permita a satisfação de um desejo que as inquieta. Então a comunicação é válida e tem um significado bastante importante para o espírito. Por tudo isto acho que as comunicações espíritas nos centros, constituem a base do funcionamento doutrinário de um bom centro espírita.
 
O Evangelho de Jesus em Espírito e Verdade. Abrindo o evangelho ao acaso encontramos o seguinte: Efésios, 1: 3-5:
 
“Bendito Deus e pai de nosso senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a bênção espiritual nas regiões celestes em Cristo. Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e sem defeito perante ele. E em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por Jesus Cristo para si mesmo, conforme o beneplácito de sua vontade.”
 
JHP - Este pequeno trecho da carta de Paulo aos Efésios, faz parte daqueles apontamentos da escritura que deram motivo ao dogma da predestinação que encontramos no calvinismo. Calvino entendeu que textos como esse de Paulo mostravam que existe aqueles que estão predestinados à salvação em Cristo. E consequentemente aqueles outros que não estão predestinados e não tem capacidade para se integrar no cristianismo. Esta situação criou uma posição bastante estranha para a interpretação dos evangelhos. Na verdade Paulo não queria dizer isto. Paulo ao escrever isto mostrou apenas o seguinte. Que antes da fundação do mundo, quer dizer, antes da criação da Terra, Jesus já preparava no plano espiritual a humanidade que devia povoá-la. E servia-se naturalmente dos espíritos mais adiantados desta humanidade, daqueles espíritos que viriam encarnar na terra numa posição melhor para auxiliarem o desenvolvimento do planeta. Estes espíritos foram então escolhidos por Jesus, para tomarem por assim dizer o encargo de se manterem fiéis a ele.
 
Porque ele, Jesus, de acordo com as suas próprias palavras no evangelho e de acordo com esta interpretação de Paulo, e de acordo com aquilo que o Espiritismo admite, ele, Jesus, foi o criador da Terra. Assim sendo, este trecho não quer dizer que exista uma predestinação determinada por Deus por um motivo qualquer no sentido de privilégio. O que existe é a condição espiritual das criaturas que foram escolhidas por Jesus, para secundarem o seu trabalho de espiritualização da humanidade terrena.
 
Chegou a hora do nosso recado. Atenção amigos ouvintes!
 
Se você quer a verdade amigo ouvinte, precisa primeiro conquistar a humildade. A verdade é muito exigente, não gosta de pessoas orgulhosas. Muitas vezes ela nos chega disfarçada em ignorância. Foi por isso que Jesus disse que o reino do céu pertence aos pobres de espírito. Os ricos de espírito se enchem de interpretações pessoais. Não gostam de aceitar o que vem dos outros, colocam entre eles e a verdade a barreira do orgulho. Não seja orgulhoso. O verdadeiro sábio é uma criatura simples e humilde, pois a sabedoria começa quando percebemos que não sabemos nada.
 
No Limiar do Amanhã, queremos saber a verdade.                 
 

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