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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

 

No Limiar do Amanhã, um desafio no espaço. Os tempos mudam, o mundo se transforma, a roda da história gira sem cessar. As gerações se sucedem e os costumes se renovam. A cultura avança, o pensamento humano se alarga e ninguém pode deter as leis da evolução. Precisamos compreender isso para podermos viver em plenitude a hora que passa. Não fiquemos à margem da vida como basbaques vendo correr as águas do grande rio. Tudo evolui, tudo progride, tudo se desenvolve rumo ao futuro. Estamos No Limiar do Amanhã.

 

Vamos farautos, saiam da casca. O homem não é lesma enroscada no caramujo. O espírito humano tem o destino do infinito. A existência terrena é passageira, um simples instante no fluir dos tempos sem fim. Todas as construções humanas são perecíveis. Só vive realmente aquele que sabe romper a rotina, desapegar-se do sistema das ideias feitas, dos formalismos envelhecidos. O que seria do cristianismo se os discípulos de Cristo continuassem apegados aos costumes, aos dogmas, à religião agrária dos judeus? Não existiria o evangelho, o novo testamento, o sermão da montanha, se os homens de há dois mil anos não tivessem a coragem de se libertar das ordenações de Moisés.

 

Farautos! Ó farautos! Quem continuar apegado a sua vida, à rotina dos conceitos embolorados, dos hábitos corroídos pelo tempo ficará no passado. É a lei. E quando o senhor chegar, mandará que os cabritos fiquem à esquerda e as ovelhas à direita. Os cabritos não poderão continuar na Terra transformada pela evolução, aureolada pelo esplendor de uma nova aurora, porque a Terra será então um mundo da paz, da mansidão, da beleza, da ternura e do amor. Só as ovelhas, amantes da paz, continuarão a balir nos campos da primavera, porque darão seu leite e a sua lã sem nada pedir.

 

Farautos. Sabeis o que é isso? O quer dizer essa palavra? Ela foi criada por Mário de Andrade, o poeta do modernismo, para designar os retrógrados, os que não saem da rotina e não podem compreender os novos tempos. Farautos são os homens, as mulheres, os jornais, as revistas, as emissoras de rádios e tv, e até mesmo os jovens que ainda não se adaptaram às novas condições culturais da Terra. Farautos são todos os que não sabem que já entramos na era do espírito. Todos os que ironizam os médiuns, o espiritismo, as provas científicas da reencarnação. Farautos são todos os que se opõem à terceira revelação anunciada pelo Cristo, os que não saem da rotina, das convenções religiosas abaladas pelo impacto da evolução. Vamos, farautos, um novo dia está nascendo. Acordem! No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emanuel. Transmissão número 116. Terceiro ano. Direção e participação do professor Herculano Pires.

 

Este programa é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ, e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, Paraná, 780 KHZ. Todos os domingos esse programa é reprisado pela Rádio Mulher de São Paulo das seis às sete da manhã com sugestões especiais para o seu domingo espiritual. Perguntas e respostas.

 

Antes de iniciarmos as perguntas e respostas deste programa de hoje, quero lembrar a todos os nossos prezados ouvintes que continua ainda sem solução a resposta que pedimos à pergunta que fizemos sobre voz direta. Numerosas respostas nos têm chegado e ainda neste momento temos aqui sobre a mesa as várias respostas chegadas nesses últimos instantes. Entretanto, nenhuma delas acertou na resposta precisa. E por que não acertou? Muitos procuram desenvolver a explicação da voz direta com minúcias, mas não acertam na classificação fenomênica do problema. A voz direta tem dois aspectos. Nós já acentuamos isso aqui. Muitas respostas se referem a esses dois aspectos, o aspecto subjetivo e o objetivo. Assim, a classificação do fenômeno de voz direta na classificação geral dos fenômenos espíritas não pode se reduzir apenas a um aspecto. É preciso que todos aqueles que vão estudar o assunto e dar a resposta a respeito se lembrem disso. É necessário que a classificação de voz direta se apresente nos dois aspectos do fenômeno, o subjetivo, ou seja, a voz que se ouve interiormente sem nenhuma exteriorização, e o objetivo, a voz que realmente vibra no espaço independentemente da garganta do médium, das cordas vocais do médium, trazendo-nos a voz real do espírito comunicante, que pode ser reconhecida pela sua tonalidade, pela sua forma de expressão. Continua, pois, à disposição de todos os ouvintes a coleção da Revista Espírita de Allan Kardec que é o prêmio para a resposta certa a essa pergunta.

 

Pergunta nº 1: Voz direta – descrição

 

Locutor - Professor, o ouvinte Iê Jalovisk, da Avenida Portugal, no Brooklin, responde: o que é fenômeno da voz direta? A resposta ele dá assim: Para este fenômeno, o espírito usa um aparelho vocal que improvisa no plano invisível, falando diretamente através dele. Kardec denominou esse fenômeno de audiência. Como voz direta, pertence à classe dos fenômenos de efeitos físicos, e como audiência, à classe dos fenômenos de lucidez.

 

J. Herculano Pires - Infelizmente este ouvinte cometeu um erro grave ao dizer que Kardec denominou este fenômeno de audiência. Não. Kardec denominou este fenômeno – e isso já foi dito aqui em numerosas outras respostas – de pneumatofonia. É muito diferente, portanto, de audiência. Quanto à classificação, o ouvinte quase acertou. Vamos dar a este ouvinte o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec.

 

Locutor - Professor, o ouvinte Arlindo Passareli, da Rua Lucerna, Santo Amaro, também responde à mesma pergunta: O fenômeno da voz direta refere-se aos sons produzidos pelos espíritos que fazem ouvir-nos gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, tanto ao nosso redor como à distância. São produzidos de duas maneiras distintas. Às vezes é uma voz interior que repercute no nosso foro íntimo, as vozes e os sons penetram no cérebro, e outras vezes são ouvidas exteriormente e nitidamente articuladas como se viessem de uma pessoa presente ao nosso lado. Na fenomenologia espírita, esse fenômeno é classificado de pneumatofonia. Como é difícil e muito raramente pode ser provocado, Kardec o denominou de fenômeno espontâneo.

 

J. Herculano Pires - É simplesmente desagradável ter de dizer que uma resposta tão bonita, escrita assim, quase que em todos os pormenores do caso, terminasse de uma maneira tão imprecisa. Na verdade, a descrição do fenômeno está bem feita, mas a classificação não é essa. Kardec não denominou este fenômeno de fenômeno espontâneo. Isso seria uma classificação. Mas fenômeno espontâneo no espiritismo são todos eles. A classificação de espontâneo, portanto, não pertence àquilo que se chama classificação dos fenômenos espíritas, divisão dos fenômenos em campos diversos, colocação dos fenômenos na sua natureza. Isso é que é preciso ser levado em conta. Damos a este ouvinte também o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec.

 

Download Pergunta nº 2: Gênese

 

Locutor - Professor, o ouvinte João Fernandes Ramires, da Rua Tariana, responde: O que é a Gênese? É resposta dele é esta: é a formação dos mundos e dos céus. Onde Kardec a publicou? No seu quinto livro “A Gênese”.

 

J. Herculano Pires - Infelizmente não fizemos essa pergunta. O ouvinte está enganado. Nunca fizemos aqui essa pergunta. Entretanto, ao responder que a gênese é a formação do mundo e dos céus, o ouvinte está realmente se referindo a um fato real porque a gênese é o nascimento do nosso mundo e, portanto, não só da Terra como do céu também. Mas no livro “A Gênese” Kardec trata desse assunto. Infelizmente não fizemos perguntas a respeito. Não obstante, vamos oferecer ao ouvinte também um livro como um pequeno presente a ele dado pelo programa No Limiar do Amanhã e pela editora Edicel. Este livro é o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec e pode ser procurado, como os outros também podem fazê-lo, a partir de segunda-feira no escritório central da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111.

 

Download Pergunta nº 3: Voz direta – classificação

 

Locutor - Professor, o ouvinte Ademar Gonçalves, da Rua Elba, responde: Fenômeno de voz direta é a comunicação oral dos espíritos sem concurso da voz humana. Foi chamada por Kardec de pneumatofonia. Sua classificação é entre os fenômenos de efeitos físicos. J. Herculano Pires - O Sr. Gonçalves acertou quase em cheio. Ele falou da classificação certa do fenômeno: fenômenos de efeitos físicos, tratando-se de voz direta no seu efeito físico. Entretanto, Kardec admitiu que a pneumatofonia tem outro aspecto. É preciso ver também esse outro aspecto, em que lugar se classifica na classificação dos fenômenos espíritas. Entretanto, o Sr. Gonçalves tem também direito a um volume, ao primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec, como sempre encadernado em percalina verde com gravação a ouro.

 

Download Pergunta nº 4: Reencarnação

 

Locutor - Professor, o ouvinte Adelísio Abade Conceição pergunta: Li em certo jornal de São Paulo que Zé Arigó foi José do Egito. Acreditei que fosse, mas no decorrer dos seus programas, eu tenho ouvido muitos casos semelhantes que não são verídicos. Qual é a verdade professor?

 

J. Herculano Pires - O senhor é esperto, tem razão. Não vá acreditando assim apenas porque leu no jornal, não vá acreditando porque fulano disse, sicrano falou isso. Nós não podemos absolutamente saber da maneira com que pretendem saber sempre, por toda parte, a todo instante muitas pessoas que fulano é a reencarnação de sicrano, que alguém foi a reencarnação de um faraó, ou a reencarnação de um monarca na Europa ou coisa semelhante. O problema da reencarnação é bastante complexo. Nós precisamos estudá-lo acompanhando principalmente as pesquisas científicas a respeito, para vermos como é difícil obter-se o esclarecimento de uma reencarnação. Há, naturalmente, revelações, às vezes, feitas por espíritos superiores sobre certas reencarnações quando de interesse para o conhecimento doutrinário, para o esclarecimento de problemas importantes, inclusive para o relacionamento histórico das personalidades, quer dizer, daquilo que as personalidades fizeram através da história e das consequências que tiveram nas suas reencarnações subsequentes. Dizer que Arigó foi José do Egito é simplesmente dar um palpite, um palpite sem base alguma. Não há, naturalmente, nenhuma base nem revelação, nem do ponto de vista de observação científica para se dizer isso. O senhor pode estar certo de que o que leu não passa de um palpite.

 

Download Pergunta nº 5: Pneumatofonia e pneumatografia

 

Locutor - Professor, o ouvinte Arlindo Passareli, da Rua Lucerna, responde: O fenômeno de voz direta refere-se aos sons orais produzidos pelos espíritos sem o concurso da voz humana e podem fazer com que se ouçam gritos de todas as espécies e sons vocais que imitam a voz humana tanto ao nosso redor como à distância. São produzidos de duas maneiras distintas. Às vezes é uma voz interior que repercute no nosso foro íntimo, às vezes os sons reboam dentro do cérebro, e outras vezes são ouvidas exteriormente e nitidamente articuladas como se proviessem de uma pessoa que estivesse ao nosso lado. Kardec denominou de pneumatofonia. E na fenomenologia espírita está classificado nos fenômenos da pneumatografia ou escrita direta, pertencendo às manifestações físicas espontâneas. J. Herculano Pires - Mais uma vez temos uma resposta bem elaborada, procurando dar realmente quase todos os aspectos do fenômeno, mas no momento de encerrar a resposta, no finalzinho, o ouvinte estragou tudo aquilo que fez em cima. Não existe a classificação simplesmente de pneumatografia ou pneumatofonia para o fenômeno. Aí é o nome do fenômeno. Esse fenômeno tem de estar classificado num campo fenomênico, numa área de fenômenos produzidos pela mediunidade, de maneira que a resposta não está certa. E outra coisa que se deve explicar é o seguinte: o senhor diz aqui que os fenômenos de pneumatografia ou escrita direta seria a classificação dos fenômenos de pneumatofonia. Ora, é preciso saber que são dois fenômenos distintos. A pneumatografia é a escrita direta. Escrita direta quer dizer escrita produzida pelo espírito diretamente sem a intervenção do médium. Coloca-se, por exemplo, um papel devidamente rubricado pelas pessoas presentes dentro da gaveta, fecha-se essa gaveta à chave e depois reúnem-se as pessoas em volta da mesa, concentram-se e o espírito produz o fenômeno. Retira-se o papel e o papel está escrito. Kardec obteve até mesmo impressão tipográfica em papéis colocados assim num lugar determinado para se ver o que os espíritos poderiam escrever. Eles escrevem tanto a escrita à mão como a escrita impressa, como se fosse o papel levado a uma tipografia. Kardec chegou a rasgar, por exemplo, o primeiro papel em que veio impresso, rubricaram outro papel, colocaram no lugar, e o espírito repetiu todo impresso do anterior. De maneira que a pneumatografia é a escrita direta, sem que o médium escreva. E a pneumatofonia é a voz direta, sem ser dita através do médium. Eu vou dar ao senhor o livro “A Imortalidade da Alma”. Este livro lhe será dado pela editora Edicel. O senhor pode retirá-lo no escritório central da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111, a partir de segunda-feira sempre no horário comercial.

 

Download Pergunta nº 6: Maneira que a voz direta se manifesta

 

Locutor - Pois é, professor, é mais uma resposta e vem da ouvinte Nilzete Esteves Passarelli. Ela responde: Fenômeno da voz direta existe na manifestação oral dos espíritos sem o concurso da voz humana que podem se fazer ouvir com rumores ou gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, tanto ao nosso redor como distante. De duas maneiras se produzem: às vezes, as vozes e os sons reboam dentro do cérebro e outras vezes são ouvidas exteriormente e nitidamente articuladas como provinda de uma pessoa que estivesse ao nosso lado. Kardec a denominou de pneumatofonia, e na fenomenologia espírita está classificada nos fenômenos de efeitos físicos. J. Herculano Pires - Encontramos a mesma situação. Boa descrição do fenômeno e, entretanto, a classificação parcial, apenas a classificação de fenômenos de efeitos físicos. Essa classificação está certa do ponto de vista da voz direta produzida pelo espírito vibrando a sua voz no ar. É um efeito físico. Mas existe um outro aspecto da voz direta que Kardec consignou e que é o aspecto da voz direta subjetiva, ouvida apenas pelo médium. Entretanto, vamos dar à ouvinte também o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec.

 

Download Pergunta nº 7: Descrição da voz direta

 

Locutor - Professor, a ouvinte Rute de Maria, Rua Bertioga, responde: Os espíritos podem produzir barulhos e pancadas, podem do mesmo modo fazer ouvir gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana ao nosso lado ou no vazio do ar. Segundo o que conhecemos da natureza dos espíritos, podemos pensar que alguns dentre eles, quando são de uma ordem inferior, iludem-se e acreditam falar quando encarnados. Os sons espíritas ou pneumatofônicos têm duas maneiras bem distintas de se produzir. É algumas vezes uma voz íntima que ecoa na consciência, mas ainda que as palavras sejam claras e distintas, elas não têm, entretanto, nada de material. De outras vezes elas são exteriores e são distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa que teríamos ao nosso lado. De qualquer forma que ele se produz, o fenômeno da pneumatofonia é sempre espontâneo e apenas raramente pode ser provocado. Denomina-se pneumatofonia e podemos classificar o fenômeno como sendo do tipo espontâneo e de natureza inteligente.

 

J. Herculano Pires - É curioso que justamente na classificação a senhora, como se costuma dizer nos brinquedos de criança no esconde-esconde, a senhora está quente, mas não chegou a completar a pergunta. Realmente a senhora poderia ter dito aqui... A senhora diz aqui: podemos classificar o fenômeno como sendo do tipo espontâneo e de natureza inteligente. Tanta gente tem falado aqui de fenômenos de efeitos físicos; a senhora foi falar de fenômeno espontâneo. Mais um pouquinho, quer dizer, se a senhora não tivesse dito aqui de fenômeno espontâneo e a senhora tivesse mantido esse de natureza inteligente, a senhora teria acertado. O seu fenômeno espontâneo é que atrapalhou tudo. Eu tenho explicado aqui incessantemente que fenômeno espontâneo não é uma classificação do espiritismo, porque todos os fenômenos espíritas são espontâneos, eles ocorrem independentemente da nossa vontade. Nós podemos fazer pesquisas com esses fenômenos. Podemos provocá-los experimentalmente, mas por sua própria natureza, eles são sempre espontâneos. Vamos dar à senhora também o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec de acordo com o que temos feito aqui, porque pelo menos a senhora tem um belo volume encadernado em percalina verde com gravação a ouro e fica sabendo o que é a Revista Espírita.

 

Download Pergunta nº 8: Descrição da voz direta

 

Locutor - Professor, a ouvinte Maria Kazue Sabo responde: A voz direta é um dos fenômenos classificados como de efeitos físicos em que os espíritos comunicantes ao invés de falarem incorporados em médium ou usando de processos telepáticos, fazem-no diretamente através de um aparelho vocal improvisado no plano invisível. O médium não é agente, mas um elemento que fornece parte dos fluidos necessários à produção do fenômeno, pois há a necessidade de outros fluidos que o médium não possui e que são retirados de outras fontes. Kardec chama de pneumatofonia. O fenômeno da voz direta apresenta duas modalidades: fenômenos de classe inferior em que os espíritos usam fluidos pesados obtidos do próprio ambiente, e fenômenos de classe superior em que exigem purificação e filtração dos fluidos, e combinação com fluidos mais finos obtidos do reservatório cósmico e com outros elementos operacionais.

 

J. Herculano Pires - A senhora tornou muito técnica sua resposta, mas infelizmente os dados técnicos aqui não correspondem à realidade do fenômeno. Os fluidos cósmicos neste sentido só se poderiam aplicar se falássemos em fluido universal, e o fluido universal tem uma classificação, uma posição bem definição no espiritismo. Mas dizer que a voz direta é produzida através de fluidos cósmicos que vêm se misturar a elementos tirados do médium é complicar demais para um fenômeno que é muito mais simples que isso. É um fenômeno mediúnico produzido pelo ectoplasma. Não temos nada que procurar outros elementos para misturar à produção deste fenômeno. Infelizmente a senhora também não acertou e nós vamos lhe dar o primeiro volume da Revista Espírita de Allan Kardec.

 

Download Pergunta nº 9: Comunicação entre espírito e médium

 

Locutor - Professor, o ouvinte Daniel do Nascimento, onze anos, quinta série do ginásio, responde: Qual o processo pelo qual o espírito se comunica com o médium? Resposta: Através do fluido perispiritual do médium, conforme o dom mediúnico.

 

J. Herculano Pires - Sim, essa resposta do menino está certa e ficamos muito alegres de ver um menino de onze anos nos dando uma resposta certa sobre um problema espírita. Mas essa pergunta, como sabemos, já está fora de prazo. O prêmio já foi dado anteriormente a outra pessoa que respondeu certo. De maneira que nós vamos oferecer a este menino, e o fazemos com muita alegria, um volume de “Natal de Sabina” da editora GEEM, Grupo Espírita Emmanuel. Este volume ele pode retirá-lo no escritório central da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111, a partir de segunda-feira, sempre no horário comercial.

 

O Centro Espírita Ismael do Jabaquara, Vila Guarani, Avenida Diederichsen, 1522, vai promover sábado um chá beneficente em prol das suas obras assistenciais. Portanto, dia dez de junho, dez deste mês, às quinze horas na sua sede em Vila Guarani. As pessoas que quiserem colaborar com as obras de assistência social do Centro Espírita Ismael podem dirigir-se, portanto, à Avenida Diederichsen, 1522, no dia dez de junho, às quinze horas que receberão lá o cartão correspondente ao chá para poderem auxiliar as obras assistenciais ali realizadas. Ao mesmo tempo, o Centro Espírita Ismael nos comunica a eleição da sua nova diretoria que tem como presidente o senhor Francisco Guidini e como vice-presidente o senhor Manuel Antunes. Agradecemos a comunicação e transmitimos aos nossos ouvintes o convite para o chá beneficente do dia dez.

 

Download Faça suas perguntas por carta ao programa No Limiar do Amanhã, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Durante a semana você pode fazê-las pelos telefones 269-4377 ou 269-6130 sempre no horário comercial. Na próxima quarta-feira, dia 06, venha ao nosso auditório para fazer suas perguntas ao microfone e ouvir as respostas na hora.

 

Locutor - Professor, o ouvinte Osvaldo Morse responde: Fenômeno de voz direta é a comunicação oral dos espíritos sem o auxílio de voz humana. São as vozes dos espíritos. Do grego pnemua = vento, ar, sopro; e phoné = som ou voz. Como Kardec denominou este fenômeno? Denominou-o de fenômeno de pneumatofonia. Classifica-se como fenômeno físico espontâneo.

 

J. Herculano Pires - A resposta também não está certa, não está completa, porque termina dizendo que se trata de um fenômeno físico espontâneo. Ora, como já dissemos numerosas vezes, a espontaneidade no caso não tem significação nenhuma na classificação espírita, e o fenômeno não é apenas de efeitos físicos. Entretanto, damos também ao ouvinte um volume da Revista Espírita de Allan Kardec. Pergunta nº 10: Resposta errada sobre voz direta

 

Locutor - Professor, o ouvinte Renato Moretti responde: O fenômeno de voz direta é um médium falante que não tem geralmente consciência do que diz porque o espírito atua nas cordas vocais do médium. Kardec o denominou de médiuns falantes. Como classificado na fenomenologia espírita, médium falante porque não tem consciência do que diz e muitas vezes diz o que está fora do círculo de suas ideias e dos seus conhecimentos.

 

J. Herculano Pires - Ora, o nosso amigo Moretti tem dado tantas respostas a este programa, e como nos foi enviar essa resposta? Amigo Moretti, essa resposta não acertou em nada, nada, nada, nada. O senhor fez uma mistura tremenda entre o fenômeno de voz direta e o fenômeno de voz indireta, se assim podemos dizer, que é a comunicação mediúnica, a comunicação oral pelo médium chamada de incorporação, o médium psicofônico como também se diz hoje. Quando se trata de uma comunicação oral dada pelo médium não é voz direta. Voz direta tem esse nome precisamente por ser um fenômeno através do qual o espírito fala diretamente sem ser através do médium. O médium só tem uma função nesse fenômeno: fornecer os elementos necessários para a produção do efeito físico que é dado através do ectoplasma, como sabemos. Graças ao ectoplasma emanado do médium, o espírito pode produzir, como dizem os espíritos, como eles explicam, um aparelho de fonação feito de ectoplasma através do qual o espírito pode transmitir a sua voz. É bom assinalar que essa voz do espírito diretamente produzida, voz que vibra no ar, que não sai da boca do médium, que não é falada por ninguém, essa voz não tem a tonalidade da voz do médium, mas sim do espírito, de tal maneira que uma pessoa, por exemplo, que esteja presente e seja parente do espírito comunicante ou tenha sido seu amigo ou conhecido, reconhece o espírito comunicante pela voz. É, portanto, um dos fenômenos mais belos do espiritismo, um dos fenômenos que trazem consigo um elemento de identificação da personalidade comunicante que é excelente, porque é um elemento facilmente reconhecível e identificador do espírito, porque em geral as pessoas presentes, a não ser aquela que conheça, o médium não poderiam de maneira alguma reproduzir a voz que ele tinha em vida. A importância desse fenômeno é muito grande na fenomenologia espírita porque é o fenômeno que, além de demonstrar a independência quase absoluta do espírito na sua manifestação, porque ele fala diretamente, não por intermédio do médium, ele fala diretamente. Além disso, demonstra também a sua possibilidade de identificar-se de maneira quase concreta, como se fosse uma pessoa humana aqui na terra, porque a sua voz é a mesma que ele tinha em vida. Há, por exemplo, um caso bastante importante relatado no livro de Denis Bradley, um escritor inglês, no livro “Rumo às Estrelas”, que foi traduzido aqui no Brasil por Monteiro Lobato. Este livro está reeditado atualmente porque passou vinte anos da publicação da primeira edição da tradução de Lobato sem que aparecessem outras edições. Agora a editora Edicel lançou uma nova edição. Infelizmente mudou o título do livro, o lindo, o belíssimo, a atualíssimo título de “Rumo às Estrelas” foi mudado para “A Imortalidade da Alma”. Entretanto, o livro é o mesmo no seu texto. Nesse livro, Denis Bradley descreve uma sessão de voz direta que ele assistiu sem ter nenhum conhecimento espírita, sem mesmo saber do que se tratava, porque ele foi visitar um amigo que realizava essas sessões e o amigo o convidou para participar. E nessa sessão manifestou-se uma irmã dele. Assim, nessas manifestações os espíritos se fazem conhecer imediatamente pela sua própria voz. É bastante importante não confundir, senhor Moretti, este fenômeno de voz direta com o fenômeno de comunicação oral, psicofônico ou fenômeno que nos é transmitido pela voz do médium. Este fenômeno é bastante diferente disso.

 

Download Pergunta nº 11: Garganta ectoplasmática

 

Locutor - Professor, a ouvinte Hilda da Silva Anani responde: O fenômeno da voz direta é a emissão de sons vocais, produzida por um ou mais espíritos sem o concurso da voz humana. Para que isso se verifique, os espíritos especializados nessa tarefa se utilizam dos fluidos do médium exteriorizados, principalmente da boca, narinas, e ouvidos, os quais são em seguida manipulados e esculpidos através de um processo de mentalização que lhes é peculiar, de modo a adquirirem em todas as suas cordas vocais que denominam garganta ectoplasmática, pela qual se comunicam. Pertencem à categoria da fenomenologia pneumatofônica.

 

J. Herculano Pires - A senhora fez uma bonita descrição do fenômeno, a senhora colocou inclusive o problema da garganta ectoplasmática que é um problema bastante curioso. Realmente os espíritos dizem que fabricam essa garganta ectoplasmática e através dela conseguem então transmitir a voz produzida por eles mesmos como espíritos sem o concurso do médium. Entretanto, nós encontramos sempre na classificação o ponto fraco da resposta. A senhora diz que pertence à categoria da fenomenologia pneumatofônica, quer dizer, a senhora não disse nada absolutamente sobre a classificação. Porque Kardec deu o nome de pneumatofonia ao fenômeno, mas Kardec não criou uma categoria fenomênica chamada pneumatofônica, porque nessa categoria só teria um fenômeno que é a pneumatofonia, de maneira que a sua pergunta pecou por isso. Não obstante vamos dar o primeiro volume da Revista Espírita para a senhora.

 

Download História de Anne Taylor.

 

Já que estamos falando de tantos fenômenos, vamos também ver aqui uma história de um fenômeno, e um curioso fenômeno passado, segundo um poeta norte americano, lá nos Estados Unidos. Trata-se de um poema, um poema recebido psicograficamente por Jorge Rizzini na sequência daquela série de que já demos aqui anteriormente, no programa anterior, um poema da poetisa Edna Vincent Millay. São os poetas americanos clássicos que, através do médium brasileiro, estão nos transmitindo, em português, poemas no mesmo estilo em que eles escreviam quando vivos em inglês, e não só repetindo o estilo que os caracteriza, mas também a própria temática por eles usada. Este poema é de Edwin Arlington Robinson. Ora, Robinson é conhecido como um retratista da poesia norte americana. Ele fazia muitos poemas através dos quais retratava pessoas, caracterizava bem certos personagens e isso o distinguiu na poética norte-americana. Foi um poeta que teve grande projeção, não apenas no campo da poesia no sentido literário propriamente dito, mas também na própria história americana, pois ele foi inclusive um dos homens destacados de elevado posto para o governo de Theodoro Roosevelt. Vamos ouvir então o poema no qual ele nos fala de uma preta. É interessante também por isso. Ele enfrenta neste poema o problema do racismo nos Estados Unidos, procurando colocá-lo em plano espiritual, oferecendo, por assim dizer, uma verdadeira solução espiritual para o problema dentro dos princípios cristãos que regem, de certa maneira, aquela nação, como regem o nosso país também. É curioso notar o seguinte: ele fala num fenômeno. Os ouvintes devem acompanhar atentamente a sequência do poema porque ele tem uma lógica, ele se desenvolve num processo quase silogístico e vai terminar com o fenômeno que então nos dá, por assim dizer, a explosão final do poema, a sua verdadeira emoção e a colocação do problema num plano elevado.

 

Quando morreu Anne Taylor, lavadeira, em uma época fatal para o Alabama, houve um fenômeno, e de tal maneira que seu nome no bairro ganhou fama. Mulher estóica até os setenta anos, lavara roupa sempre doentia e nunca se queixou dos desenganos. Mesmo tuberculosa, ela sorria. Se vivesse no tempo do Senhor, não seria menor que Marta ou André. Sua palavra mansa tem amor e transmitia sempre muita fé. Todos viram sua alma feita luz quando morreu na madrugada fria. Certamente hoje está junto a Jesus. Anne Taylor era negra e luzidia. Esse programa é uma tribuna livre para o debate dos problemas fundamentais da vida e da morte. Por que vivemos? Por que morremos? Por que voltamos a viver na Terra através da reencarnação? O que significa a vida? Qual o seu objetivo? Esses e outros problemas são aqui debatidos livremente. Não estamos amarrados a dogmas religiosos ou científicos; não pertencemos a nenhuma igreja e não devemos obediência a nenhum sacerdote. Não estamos subordinados a nenhuma iniciação ou ordenação, a nenhum juramento. Nossa convicção se apoia na realidade dos fatos e não em teorias imaginosas ou em princípios impostos. Podemos falar livremente a respeito de Deus e do diabo, do homem e dos anjos, de pecados e virtudes. Só queremos a verdade, nada mais que a verdade, e se você provar que estamos errados e que a verdade está com você, ficaremos com você.

 

O evangelho do Cristo em espírito e verdade, não segundo a letra que mata, mas segundo o espírito que vivifica. Abrindo o evangelho ao acaso, encontramos no evangelho de João no capítulo sexto do versículo 37 ao 40 a seguinte passagem: Todo o que o pai me dá virá a mim. E o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. A vontade daquele que me enviou é esta: que eu nada perca de tudo o que ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade de meu Pai. Que todo o que vê o filho do homem e nele crê, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

 

Este trecho do evangelho de João aberto ao acaso o livro, caiu sob nossos olhos de improviso, naturalmente, e como sempre acontece neste programa, corresponde perfeitamente à mensagem inicial que foi dada nos tópicos de abertura e ao mesmo tempo ao sentido mesmo da mensagem total deste nosso programa de hoje. Nós tratamos aqui de chamar a atenção dos farautos. Usamos aquela expressão criada por Mário de Andrade, aquela palavra criada por ele quando ele reagia diante da incompreensão não somente do público, mas também dos críticos literários da época, e mesmo dos intelectuais do tempo, ele reagia contra essa incompreensão diante da arte moderna e da poesia moderna que estava surgindo. A poesia, como sabemos, é também uma revelação. Poeta é profeta. A poesia traz em si um estímulo ao espírito, à alma, abre as perspectivas da beleza no sentido não somente da música, das palavras, ou da significação, ou da forma de expressão que cada poema tem, mas também a mensagem interna que ela traz para a compreensão da beleza da vida, das coisas, dos seres, de tudo quanto nela perpassa como se fossem verdadeiras colorações fluídicas perpassando numa brisa. Assim, a poesia moderna, a poesia que surgia de novo no mundo, trazia uma mensagem nova que os homens não compreendiam, e por isso Mário de Andrade resolveu chamar essas criaturas retrógradas, que ficavam encravadas no passado, que não se atreviam a dar um passo à frente, chamava a todas de farautos. Com essa palavra ele criava então a classificação que não era ofensiva, mas que era destinada a colocar no seu devido lugar aqueles que combatiam a poesia moderna. No tempo de Jesus, ele também trouxe uma poesia, a poesia do evangelho, e trouxe dentro dessa poesia a grande mensagem, a mensagem moral e espiritual com que ele, o Cristo, reformou o mundo. Nós sabemos que a data do nascimento de Jesus assinala uma nova etapa, uma nova era mundial. Até hoje nós usamos, como sabemos, o calendário que provém dessa data. Por quê? Porque a pregação de Jesus, o seu evangelho, a sua mensagem poética dada no evangelho dividiu as águas, marcou um momento definitivo. Antes dessa mensagem, ficou o mundo das revelações antigas, misteriosas, sobrenaturais, dogmáticas, destinadas a prender os homens a um determinado caminho, que tendo embora uma finalidade educativa, não deixava, entretanto, de ser opressora. Depois do Cristo, veio a liberdade, veio a amplidão, o ensino aberto, a lição dada no convívio do povo, a transmissão das palavras não somente orais, mas também acompanhadas dos gestos, dos exemplos, da significação vivida pelo próprio Cristo e pelos seus discípulos. E Jesus nos fala aqui, de maneira definitiva para os farautos do seu tempo, que ele tinha vindo à Terra não para fazer o que ele pessoalmente quisesse, mas sim para cumprir a vontade do Pai que o havia enviado. E o Pai, como sabemos, é Deus. Pai de Jesus e Pai nosso. Por isso ele mesmo nos ensinou na prece que devemos dirigir a Deus, dizermos sempre “Pai nosso”, porque ele, Jesus, jamais se colocou em situação privilegiada diante de nós. Ele dizia que era filho do Pai, mas que nós também o somos. Que ele fazia milagres, mas que nós também podemos fazer. Por quê? Porque ele se considerava nosso irmão, o irmão mais velho. Por isso ele disse a Madalena na porta do túmulo depois da ressurreição que ele ainda não tinha ido. Segundo as suas palavras: ainda não fui para o meu Pai e vosso Pai. Chamava sim de Pai a Deus, mas o colocava numa paternidade universal. E graças a essa colocação do problema, ele acabava com todas as dissensões criadas entre os homens na base do racismo, das diversidades raciais que deveriam haver... que haveriam naquele tempo pela incompreensão humana da origem comum de todas as criaturas e da natureza espiritual dos homens. Assim, como vemos, a colocação desse problema, de Jesus repelindo aqueles que não o compreendiam no sentido não apenas de fazer com que eles despertassem, mas também que eles pudessem, nesse despertamento, ajudar a compreensão de outras pessoas, Jesus fazendo isso, ele na verdade procurava despertar nos homens um sentido novo da vida, que era o sentido do evangelho que ele trazia. Mas ele vai além, porque naquele tempo se considerava – como ainda hoje infelizmente no próprio cristianismo se considera através de várias religiões cristãs – que Deus determina um certo privilégio para aqueles que creem em Jesus e condena todo o resto daqueles que não creem. Jesus então colocou o problema de maneira bem clara dizendo que todo aquele que lhe foi dado pelo Pai, todo aquele que virá a Ele forçosamente, porque o Pai lho deu, todo aquele que o seguir, todo aquele que o aceitar e todo aquele que o compreender será salvo na ressurreição do último dia. Não é o último dia do mundo. É o último dia de cada um, porque cada um de nós morre como ensinou o apóstolo Paulo na primeira epístola aos coríntios, e é sepultado ou enterrado; é semeado na Terra: esta foi a expressão usada por Paulo. E semeado na Terra o nosso corpo material, nós ressuscitamos no corpo espiritual. Esta é a ressurreição do último dia para cada um de nós. E nesta ressurreição, aquele que compreender o ensino de Jesus, está naturalmente salvo porque ele tem a vida eterna, ou seja, ele tem a compreensão de que ele é eterno; ele não se considera morto e ele viverá eternamente. A ressurreição, portanto, é para todos, e a vida eterna também é para todos, segundo o ensino de Jesus aqui dado. Mas é o momento em que os farautos, os que estão ainda enterrados nas convicções antigas precisam compreender que Jesus, no ensino evangélico, procurou despertá-los. Que acordem e acertem o seu passo com o mundo! Um novo mundo está surgindo como surgiu no tempo do Cristo, e é o mundo do espírito!

 

Não esqueça, amigo ouvinte, cada minuto que passa é uma oportunidade de progresso espiritual e moral que Deus lhe concede. Você está aproveitando bem essas oportunidades? A morte não existe para o espírito, mas apenas para o corpo. Viveremos sempre e cada vez melhor quanto melhor soubermos viver esta nossa vida presente.

 

No Limiar do Amanhã, a morte foi tragada na vitória.

 


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